CRÓNICAS DO QUOTIDIANO – PAPA, BISPOS RESIDENCIAIS, PÁROCOS, VÃO NUS! – por Mário de Oliveira

quotidiano1Têm sido séculos e séculos de silêncio/ sofrimento reprimido, demencialmente sublimado. Porque a cruz do cristianismo é o poder absoluto, infalível. Papa, bispos residenciais, párocos, são todos seus reféns. Que tornam reféns as populações. A cruz de cristianismo destrói mais do que a bomba nuclear. A bomba nuclear mata os corpos das pessoas. Não consegue matar-lhes a alma/ identidade. Já a cruz do cristianismo mata-lhes a alma/ identidade, a começar pela do papa, dos bispos residenciais, dos párocos, e a acabar no mais ignoto dos cristãos católico ou protestante. Mata-lhes a alma/ identidade, para poder continuar a usar os seus corpos na missão de corromper a muitas, muitos. Ou o cristianismo não fosse o pai de todos os sistemas de poder. Ao fazer da cruz, instrumento de tortura do império romano, o instrumento por eleição da redenção da Humanidade, o cristianismo fundado por Pedro, Tiago, Paulo, Constantino, Lutero, e imposto aos povos do Ocidente e de outras partes do mundo, aonde os seus missionários continuam a fazer chegar a cruz e a Bíblia, tornou-se a perversão das perversões. Um crime institucional de lesa-humanidade. Sem perdão. Para cúmulo, soma já dois mil anos de actividade. O mais intrigante, é o cristianismo ter conseguido a cooperação activa de quase todos os intelectuais, artistas dos diversos ramos da Arte, filósofos, teólogos, que nunca viram a perversão das perversões que ele é, disfarçado de virtude, santidade. Até que, inopinadamente, vem para a ribalta do mundo o pecado e o crime da pedofilia do clero, celibatário à força, e o cristianismo está aí a rachar de alto abaixo. Papa, bispos residenciais, párocos vão nus. Sim, nem todos são pedófilos, mas são todos cúmplices. Não se rebelam, nem contra a pedofilia, nem contra a lei do celibato obrigatório. Prosseguem as suas rotinas clericais e litúrgicas, como se nada fosse. Por sua vez, as populações, apanhadas de surpresa, mantêm-se incrédulas e continuam a entregar as filhas, os filhos ao baptismo, às catequeses paroquiais, às missas, às comunhões solenes, aos crismas, aos cultos protestantes. Por quanto tempo mais?!

2 Dezº 2014

 

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