Comunica-nos o Coronel Vasco Lourenço, Presidente da Associação 25 de Abril:
“Uma vénia para um homem bom, corajoso e de grande nobreza de carácter”.
Foi com estas palavras que o responsável da Antena 2, João Almeida, nos comunicou, através da vogal suplente da Direcção da A25A, Maria do Rosário Rodrigues, a decisão de homenagearem o almirante Vitor Crespo. Informamos que a Antena 2 voltará a passar as 3 horas de entrevista que Vitor Crespo deu a João Almeida, director adjunto dessa estação de rádio, no âmbito das comemorações do 40º aniversário do 25 de Abril. A transmissão será feita nos dias 21 e 28 de Dezembro e 4 de Janeiro, às 12h, com repetição nos dias 27 de Dezembro e 3 e 10 de Janeiro às 10h.
Felizmente que João Almeida, o autor desta entrevista, ainda não foi levado na onda de “dispensas”, embora a Antena 2 seja talvez o único canal da extinta RDP com condições (e pessoas) para manter acesa alguma memória.
Também a minha mulher, a jornalista Margarida Ângela, hoje reformada, entrevistou o Almirante Vítor Crespo, para a RDP-África.
Entrevista que está no Arquivo Histórico da RDP.
Duvido é que, com a confusão que hoje reina na ReTdeP (normalmente designada RTP), o desprezo a que estão votados os canais África e Internacional, a displicência de quem será actualmente responsável por eles (parece que está tudo amalgamado com os canais de tv, mas já perdi o rasto às transviadas “reestruturações” entretanto cometidas na empresa) e a falta de memória provocada pela saída em massa dos profissionais mais experientes, quebrando assim a cadeia de transmissão geracional, alguém se recorde disso, ainda se preocupe com isso, ainda (re)conheça o tão importante papel deste militar de Abril nos destinos de uma das ex-colónias portuguesas e pense em evocá-lo, aproveitando documentos ligados à própria RDP-África…
Houve tempos em que era de uso pesquisar o que havia no Arquivo sobre uma personalidade que se queria homenagear, evocar, recordar. A minha má opinião sobre o que se passa, actualmente, na ReTdeP, em especial nos seus cada vez mais abandonados canais de rádio – sem pôr em causa os bons profissionais que ainda, corajosamente, por lá sobrevivem, apesar das purgas e dos entraves ao seu trabalho -, leva-me a questionar se essas boas práticas profissionais se mantêm em vigor e não serão, quiçá, desencorajadas por muitos responsáveis…