TAMBÉM OS “VELHOS” PRECISAM DE COMISSÕES DE PROTECÇÃO? por clara castilho

Na semana passada, a Assembleia Municipal de Peniche iniciou o processo para a constituição de uma comissão de protecção de idosos no concelho.

Para não haver confusão com as comissões de crianças, foi designada por Comissão de Acompanhamento a Idosos do Concelho de Peniche. Em declarações à agência Lusa, a vereadora da Ação Social afirmou: “O envelhecimento da população, o isolamento dos idosos, a emigração de familiares, o aumento da pobreza e a diminuição dos rendimentos per capita” elevaram o risco da população idosa”.

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Antes de avançarem para esta iniciativa, o diagnóstico feito no  Plano Gerontológico 2013-2017 apontou esta necessidade. No concelho existiam em 2011, por cada 100 jovens existiriam 141 idosos. Nesse mesmo inquérito, que 8% dos inquiridos já tinham sido agredidos, 12% diziam ter medo de alguém dentro ou fora da família e 12% afirma passar muito tempo sozinho, ainda que precise de ajuda.

De acordo com o documento, são algumas das situações em que a comissão vai

A comissão pretende intervir em situações de abandono ou isolamento físico ou social, maus tratos físicos ou psíquicos, negligência, abusos sexuais ou falta de cuidados.   Têm informação de exploração financeira, abusos sexuais, imposição de trabalhos inadequados à idade.

Para analisar as situações contam com os bombeiros, a câmara municipal, a Segurança Social, o Centro Hospitalar do Oeste, as forças de segurança e o Agrupamento de Centros de Saúde Oeste Norte.

Já aqui tínhamos falado do projecto Quebrar Barreiras, levado a cabo pela Umar, no ano passado. Dos 255 questionários considerados válidos, a profissionais, 97 das inquiridas/os afirmaram já ter tido conhecimento de pelo menos uma situação de violência doméstica contra pessoas idosas. Após a análise destes 97 inquéritos verificou-se que 88% das/os inquiridas/os afirmam que as vítimas são na maioria mulheres e 62% afirmam que os agressores são na maioria homens.

Ainda no âmbito deste estudo, constatou-se que as/os profissionais reconhecem as forças de segurança como um recurso essencial na denúncia e combate ao crime de violência doméstica, no entanto, reportam, quase sempre as situações, em primeiro lugar, à/ao sua/seu superior hierárquica/o e recorrem às forças de segurança quase sempre em última instância.

No site da APAV também podemos encontrar muitos dados relacionados com violência exercida sobre pessoas “idosas”.

1 Comment

  1. Gosto sim que as vergonhosas e indignas situações sejam expostas e os seus causadores e executantes punidoa com o maximo peso da Lei.

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