Há séculos, milénios, que os povos insistem em saídas messiânicas para as crises individuais e colectivas. Quando se fartam dos velhos partidos políticos, criam novos. Os novos são os velhos recauchutados. O desastre já está à espreita, quando as populações festejam a vitória dos novos partidos. É o que, com propriedade, se pode chamar, Mudar para que tudo fique pior. As populações festejam, como já os seus visavós festejaram, quando os actuais velhos partidos eram novos e venceram os velhos. São populações sem emenda. Não aprendem, nem com os próprios erros. São messiânicas, e está tudo dito. Incapazes de reconhecer que não há soluções milagrosas. As milagrosas são soluções que infantilizam quem as busca, aceita, festeja. Não há milagres no reino da Humanidade. Só no do poder, que é o reino da Mentira, do Assassínio, do Latrocínio. O poder só subsiste com populações infantilizadas, crédulas, ingénuas. Que embarcam em deusas, deuses, santuários, parlamentos, messias-cristos, secretários-gerais ou presidentes de partidos políticos, clérigos, pastores e quejandos. Correm por milagres, acabam na merda política. Mascarada de democracia, de religião, de virtude, de santidade. Merda política, a pior de todas. Não há salvação histórica para ninguém no reino do poder. Muito menos para as elites que o servem. Por mais amanhãs de sol que elas anunciem. É de abismo em abismo, até ao abismo final. Os povos têm de expulsar das suas mentes-consciências o demónio do messianismo. Todos os messias-cristos são mentirosos. Se organizados em sistemas económico-financeiros e políticos, a Mentira institucional. A mais sádica. Cruel. Na Grécia, é o Syriza. Em Espanha, o “Podemos” e o “Movimiento de Ciudadanos”. Enquanto não formos povos-vasos-comunicantes, resta-nos o fel e o vinagre. Tudo o que fica, depois de apagados os holofotes dos festejos em honra do novo vencedor, ela ou ele. Acordemos!
27 Maio 2015
https://www.youtube.com/watch?v=ibDTIH1HGeM