O Regresso do Emigrante
É festa de verão
sinistram foguetes
saudades em devoção
férias de emigrantes…
desde Deus às aldeias…
Lá badalam no sino
sempre as mesmas ideias.
Sucumbindo ao calor
há dinheiro estrangeiro
e €uros para o prior
dar ao santo padroeiro…
O vira foi-se embora
o malhão ninguém o quer
toda a música é de fora
e a aldeia de aluguer…
A partida secou a terra
há um adeus a cada porta…
– Quem dos seus se desterra
só regressa de alma morta?
Há um Camões a juntar
as vidas dispersas
dos lusíadas do lugar
de pátria às avessas?