CARTA DE ÉVORA – por Joaquim Palminha Silva

 evora

O Regresso do Emigrante

É festa de verão

sinistram foguetes

saudades em devoção

férias de emigrantes…

 

Meu Portugal menino

desde Deus às aldeias…

Lá badalam no sino

sempre as mesmas ideias.

 

Sucumbindo ao calor

há dinheiro estrangeiro

e €uros para o prior

dar ao santo padroeiro…

 

O vira foi-se embora

o malhão ninguém o quer

toda a música é de fora

e a aldeia de aluguer…

 

A partida secou a terra

há um adeus a cada porta…

– Quem dos seus se desterra

só regressa de alma morta?

 

Há um Camões a juntar

as vidas dispersas

dos lusíadas do lugar

de pátria às avessas?

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