DE CULTURA EM CULTURA por Luísa Lobão Moniz

olhem para mim

Está decorrer o Festival TODOS, em Lisboa.

O TODOS é uma viagem intercultural, é viver os mundos que existem dentro de cada um desde  a culinária, à dança, ao circo, ao teatro, à música…a tudo e a Todos, é uma festa feita de partilha.

São muitas  as pessoas, que acorrem às diversas actividades, com o entusiasmo de quem sabe que vai ver pessoas, actividades, diferentes das que vê e sente no seu dia a dia.

É uma oportunidade de ver o mundo sem fronteiras.

A interculturalidade é um modo de vida muito sensível. É fácil a comunidade dominante fazer sentir-se melhor do que as minoritárias, até que o outro se sinta excluído.

Da exclusão nasce a desconfiança e, quantas vezes, a violência entre os diferentes.

A interculturalidade é a partilha de culturas.

Hoje em dia basta olharmos à nossa volta para percebermos que afinal há muita gente   no mundo que não é só nosso.

  ……. e “Veio-me à memória uma frase batida” Todos Iguais/Todos Diferentes.

Percorremos tantos caminhos, entre cultura e cultura, que nos perguntamos: somos iguais ou somos diferentes?

Quando estamos afastados, por fronteiras, sentimo-nos diferentes, melhores e indignados com os modos de vida de algumas culturas, mas quando estamos lado a lado, se calhar já não somos assim tão diferentes, apesar dos preconceitos.

Violência é igual a cabo-verdeano.

Negócio é igual a chinês.

Festa é igual a brasileiro.

Intermediário de armas é igual a romeno.

Trafulhice é igual a cigano.

Desacato é igual a pobre dos subúrbios

Trabalhador é igual a indiano.

………………….

A interculturalidade resulta da multiculturalidade. Não é difícil as sociedades serem multiculturais (como sempre o têm sido), o difícil é reconhecer o outro como um eu.

Onde estão ministros caboverdeanos, locutores de televisão ciganos, presidentes de juntas de freguesia indianos?

Pois é, a interculturalidade não é vivermos com alegria a festa do TODOS, é levarmos o TODOS dentro de nós.

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