EXPOSIÇÃO DE N I C O L Á S M U L L ER, EM CASCAIS, ATÉ 17 DE ABRIL

Exposição Obras Primas
18 de dezembro de 2015 a 17 de Abril de 2016

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Depois de Espanha e França, e no âmbito do centenário do nascimento do fotógrafo húngaro Nicolás Muller, a exposição Nicolás Muller. Obras-Primas chega agora a Cascais pela mão da Fundação D. Luís I. A exposição integra a programação da MOSTRA ESPANHA 2015, organizada em Portugal pelo Ministério da Educação, Cultura e Desporto do Governo de Espanha e pelo festival PhotoEspanha. Patente no Centro Cultural de Cascais de 18 de Dezembro de 2015 a 17 de Abril de 2016, trata-se de uma retrospectiva da vida e obra de Muller reflectindo cada uma das etapas da sua forçada viagem de fuga à ameaça a que o nazismo sujeitou todos os judeus da Europa.

A exposição, com curadoria de Chema Conesa e produzida pela Comunidade de Madrid, inclui cerca de 70 fotografias a preto e branco que fazem parte do espólio guardado pela filha de Nicolás, Ana Muller – hoje propriedade do Arquivo Regional da Comunidade de Madrid – aqui organizadas cronologicamente entre 1935 e 1981. Serão apresentados desde os seus primeiros trabalhos na Hungria, nos quais denuncia a situação feudal dos camponeses, até às suas reportagens, livros e retratos realizados em Espanha, onde veio a falecer.

Antes de se fixar em Espanha, o fotógrafo passou por França – onde conheceu Brassaï e Robert Capa – e ainda por Portugal, onde permaneceu apenas uns meses e realizou um trabalho sobre a zona ribeirinha do Porto, que é parte integrante da exposição em Cascais. Detido pela polícia política do regime de Salazar, conseguiu depois rumar a Tânger, a cidade internacional aberta, onde viveu o seu primeiro período de repouso, que lhe permitiu fotografar livremente durante oito anos.

Durante os seus primeiros anos como fotógrafo, as suas imagens incorporavam todo o peso da realidade documental e a sua verdade conseguia transformar a fotografia numa arma poderosa de reconhecimento. A construção fotográfica de Muller era directa, herdada do construtivismo da época, o seu objectivo era comunicar, criar impacto, denunciar. Um instrumento perfeito para narrar e documentar os acontecimentos vividos na Europa da Segunda Guerra Mundial.

“Sempre acreditei que o fotógrafo tem nas mãos um meio único para reflectir a realidade e a câmara deve ter uma espécie de fidelidade notarial e fazê-lo, para além disso, com uma certa orientação estética.”

Com o passar dos anos, este olhar adoçar-se-ia para construir um relato empático, organizado na estrutura visual, ajustado às directrizes da forma. Imagens limpas e eficazes, que conseguiram um retrato não-teatralizado da realidade do momento, consequência da melhor norma da narração documental nascida na Europa dos anos 30, inaugurada pelos fotógrafos e artistas húngaros da sua geração. Este foi o seu maior contributo para a modernidade da linguagem da fotografia espanhola.

Nicolás Müller (1913-2000), nasce na Hungria no seio de uma família judaica, começou as suas viagens em 1938 fugindo às perseguições nazis na Europa Central. Já tinha, nessa altura, dado início ao seu trabalho, investigando a situação social da Hungria, com fotografias em que denuncia a situação quase feudal do camponeses. Por meio de um vasto conjunto de obras, esta exposição, que integra a programação de Mostra Espanha 2015, dá conta da trajectória do fotógrafo desde a Hungria natal até França, Portugal e Marrocos, para chegar por fim a Espanha em 1947.

Centro Cultural de Cascais
Avenida Rei Humberto II de Itália, Nº16
2750-800 Cascais Portugal

HORÁRIO

Terça-feira a Domingo,

das 10h00 às 18h00

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