BARÃO DE ITARARÉ – REGINALDO NASSER: GLOBO ASSUME A FACE DA CONSPIRAÇÃO

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29 de Março de 2016

Em artigo exclusivo para a Campanha da Legalidade, o professor de Ciência Política da PUC-SP, Reginaldo Nasser* – que recentemente se negou a dar entrevista para a Rede Globo – faz uma análise do papel conservador e do protagonismo da emissora nas conspirações contra a democracia brasileira. Confira:

Não é novidade para ninguém o papel de protagonista político que a Rede Globo adquiriu no Brasil desde os males de sua origem (na ditadura civil-militar) até o momento atual. Sempre apoiando o “Partido da Ordem” se revelou tendenciosa, parcial, seletiva em tudo o que se refere a algo classificado como pauta de esquerda, ainda que essa definição seja vaga e imprecisa.  Desde as questões de política nacional – que envolvem temas de desigualdade econômica, meio ambiente, questões de gênero, reforma agrária e urbana –, até temas internacionais como pauta dos governos de esquerda na América Latina. De forma geral, poder-se-ia dizer que esteve sempre ao lado das elites econômicas e políticas do país estreitamente articulada às estratégias de suas congêneres internacionais

Há que se destacar que essa Corporação da mídia tem uma capacidade de resiliência muito grande. Desconsiderou a existência do movimento Diretas Já no seu início, mas logo depois passou a adotá-lo gerando inclusive a percepção de que sempre esteve na dianteira dos manifestantes. Passou a legitimar o pacto das elites que instaurou a Nova República, relegando ao passado suas relações espúrias com a ditadura. O mesmo ocorreu em relação ao ex-presidente Collor, quando fez campanha acintosa para derrotar Lula. Mas logo depois, ela estava de vento em popa apoiando o impeachment do presidente ao lado dos movimentos sociais.

Entretanto, desde a eleição de Lula que a Rede Globo não se sente numa situação confortável.  Não que os governos de Lula e Dilma pudessem causar qualquer dissabor ao status quo. Muito pelo contrário. Pode-se dizer que entraram numa situação de “coexistência pacifica”. Apesar de algumas rusgas aqui e acolá, havia um clima de aceitação de ambas as partes (Rede Globo e o governo petista). Afinal de contas, os bancos tiveram lucros estratosféricos e as corporações cresceram como nunca. Além disso, Lula e Dilma ensaiaram, mas nunca tocaram no seu calcanhar de Aquiles: a lei de regulação da mídia.

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*Reginaldo Nasser é mestre em Ciência Política pela UNICAMP e doutor em Ciências Sociais pela PUC (SP) área de concentração em Relações Internacionais. É professor do Departamento de Política da PUC (SP) desde 1989.

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