O DRAMA DOS MIGRANTES NUMA EUROPA EM DECLÍNIO E CAPTURADA POR ERDOGAN E OBAMA – 15. OS MORTOS DE GHOUTA PELO GÁS SARIN. 2. A POSIÇÃO EXPRESSA POR UM ESTUDO DO MIT- ESTUDO DO MIT SOBRE O ATAQUE QUÍMICO EM GHOUTA DESAFIA OS SERVIÇOS DA CIA.

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Selecção e tradução de Júlio Marques Mota

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2. A posição expressa por um estudo do MIT

 Estudo do MIT sobre o  ataque químico sobre Ghouta desafia os serviços da CIA

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Russia Today, MIT study of Ghouta chemical attack challenges US intelligence

16 de Janeiro de 2014

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Um especialista de armas das Nações Unidas (ONU) recolhe  amostras em 29 de agosto de 2013, quando estão a  inspeccionar  o local onde os mísseis caíram nos subúrbios de Damasco oriental, em  Ghouta, durante uma investigação sobre uma grave suspeita de armas químicas perto da capital. (AFP Photo / Ammar Al-Arbini) / AFP

Um novo relatório do MIT está a questionar fortemente a afirmação  dos EUA que Assad utilizou  armas químicas num ataque em Agosto passado, sublinhando  que o alcance do  míssil  era demasiado curto para  ter sido lançado a partir das zonas controladas pelo governo.

Num relatório intitulado “Possible Implications of Faulty US Technical Intelligence” Richard Lloyd um antigo Inspector de armas  da ONU  UN e Theodore Postol, professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT), examinaram o desenho do míssil entregue e calcularam possíveis   trajetórias calculadas com base na carga útil do míssil.  Os autores concluíram que o gás sarin “possivelmente não poderia ter sido disparado  a leste  de Ghouta a partir do ‘coração’, ou da margem  Oriental na área controlada o pelo  governo sírio conforma a área mostrada no mapa dos serviços secretos americanos, publicado pela Casa Branca em 30 de agosto de 2013.”

Com base em cálculos matemáticos, Lloyd e Postol estimam que o foguete com tal aerodinâmica não podia viajar a mais de 2 quilómetros. Para ilustrar a sua conclusão, os autores incluíram o mapa original da Casa Branca que retratava as áreas sob controle de Assad e aquelas que  são mantidas pela oposição. Baseados no perímetro da zona de tiro e da posição das tropas em 21 de Agosto, os autores concluem que todos os pontos de lançamento possíveis dentro do raio de 2 km se realizaram em zona rebelde.

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“Este  erro dos serviços secretos  poderia ter levado a uma acção militar  injustificada  dos Estados Unidos  com base nas informações falsas. Uma filtragem  adequada do facto de que a munição era de um  tão curto alcance teria conduzido a uma avaliação completamente diferente da situação a partir dos dados recolhidos,” afirma o relatório.

 Os autores sublinham  que a avaliação independente da  UN sobre o perímetro da munição  química está “exactamente  de acordo” com as suas conclusões.

O relatório prossegue desafiando as principais  afirmações   do Secretário de estado dos EUA sobre o ataque químico que ele apresentou ao povo americano no dia 30 de Agosto e à  Comissão de Relações Externas no dia 3 de Setembro, num esforço para desencadear  um ataque militar na Síria.

“O meu ponto de vista, quando  comecei este processo era de que não podia haver mais ninguém, por   detrás deste ataque, que não fosse  o governo sírio. Mas agora não tenho a certeza de nada disto.  A narrativa de administração não está nada perto  da realidade. Os nossos serviços secretos não podem possivelmente estar  a falar verdade. ” disse Postol na publicação de McClatchy.

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“Os rebeldes sírios mais definitivamente têm a capacidade de fazer essas armas”, disse ele. “Eu acho que eles poderiam ter mais capacidade do que o governo sírio.”

Também  continua a ser  um mistério  o tipo particular de míssil  que foi utilizado  no ataque não i declarado  pelo governo sírio, como parte de seu arsenal de armas químicas, quando concordou em destruir as suas armas químicas e foram estabelecidas as  entregas. Os inspectores da OPCW encarregados  de implementar o acordo também não descobriram nenhum destes mísseis na posse das  forças  governamentais.

A Síria concordou com a destruição das  suas armas químicas por meio de um acordo mediado pela Rússia e pelo  EUA depois de um ataque com gás sarin em 21 de agosto. As  nações ocidentais responsabilizaram as forças do presidente Bashar Assad  pelo ataque mortífero  enquanto Damasco acusou os rebeldes pelo incidente. A missão de averiguação da ONU não estava  mandatada   para descobrir quem é que  realizou o ataque.

Sob o plano apoiado pela ONU, por  todo o país  foram   declaradas  1.290 toneladas de agentes tóxicos  que devem pois  ser destruídos até Junho 30. Inicialmente, o primeiro lote dos materiais mais perigosos era para ser deslocado  para fora da Síria em 31 de Dezembro.

No entanto, a data limite  marcada, por causa da guerra em curso na Síria e por questões de ordem técnica não foi respeitada.  Foi somente em 7 de Janeiro que “os materiais químicos prioritários ” deixaram  o porto sírio de Latakia num  navio dinamarquês para  águas internacionais.

MIT study of Ghouta chemical attack challenges US intelligence, Texto disponível em

https://www.rt.com/news/study-challenges-syria-chemical-attack-681/

e

Richard Lloyd. Ex-inspector da ONU para o armamento, actualmente em Tesla Laboratories Inc.|Arlington, VA e  Theodore A. Postol do MIT:

Possible Implications of Faulty US Technical Intelligence in the Damascus Nerve Agent Attack of August 21, 2013. Documento disponível em:

https://s3.amazonaws.com/s3.documentcloud.org/documents/1006045/possible-implications-of-bad-intelligence.pdf

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