Selecção e tradução de Júlio Marques Mota
Sobre as mentiras emitidas pelas Instituições Internacionais, assumidas como verdades pelos governos nacionais e difundidas pelos seus media – uma pequena série de artigos
III – O mesmo discurso vindo do BCE, de Vitor Constâncio e Mario Draghi
Se repararmos bem não há diferenças entre a senhora Christine Lagarde e o senhor Jens Weidmann verdadeiros crápulas face aos povos europeus que têm gravado na alma a destruição do seu presente e confirmado a garantia de que não terão melhor futuro. Podemos aqui acrescentar o segundo homem forte do BCE, Vitor Constâncio que em Atenas, e logo em Atenas, tomava uma posição de defesa das políticas de austeridade. Numa carta aberta a este senhor escrevi em 2013:
“Um artigo de jornal Público chama-me a atenção para a sua conferência em Atenas (Constâncio 2013), precisamente, e para falar da crise do euro no país que é dele a sua maior vítima. Ironia da História, direi. Resolvo traduzi-la para o nosso blog, desconfiado quanto a ela porque, por um lado, o jornalista em questão dá uma visão crítica da sua posição e quando pesquiso à volta do seu texto vejo que Craig (2013), que muito respeito, ficou encantado com a sua intervenção de Atenas.
Ao traduzi-la e, já a meio, fico estarrecido com o que leio quando nos diz numa forma lapidar e fria como o gelo que se pode resumir numa curta expressão sua:
“Não obstante isto, não é agora o momento de mudar de rumo, pois até se poderia destruir tudo o que já se conseguiu”.
Como se seja pacífico o trajecto da Europa que tem sido assumido nestes últimos anos. Para si, pelos vistos, é assim mesmo, é o caminho da inevitabilidade dos milhões de desempregos que entretanto na Europa se criaram, como um caminho necessário, então. E nada a fazer, nada a mudar, para já, até porque pode estragar o que foi alcançado em termos de redução dos desequilíbrios macroeconómicos. Dito desta maneira até parece o Passos Coelho a justificar mais austeridade, exactamente para não se estragar o que está feito. Mas o senhor não é Passos Coelho, nem de longe nem de perto, o senhor é um verdadeiro Leopardo, na acepção de Lampedusa, na acepção agora de Thomas Palley, que é a de saber criticar para poder ficar tudo na mesma, para não se mudar de rumo. Passos Coelho nem isso, nem nunca saberá fazer pelo que já mostrou.”
Não se deve mudar de rumo, este foi o conselho dado por Constâncio e num país Grécia e em 2013. Deste país retenham-se alguns números de 22015, por não se ter mudado de rumo:
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uma contracção generalizada do PIB na Europa, agravada ainda na zona euro. Mas a dimensão da regressão na Grécia é única: desde 2008 houve uma queda de 25% do PIB (OECD) e 25,5% do orçamento para a saúde por pessoa (paridade de poder de compra de Eurostat)
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O facto de que a conformidade de memorandos continua a ser exigida pela Comissão Europeia e por todos os governos europeus prova que a Grécia é cobaia de austeridade destinada a generalizar-se.
Tudo afinal no mesmo rumo, seja Lagarde, Constâncio, Draghi ou Jens Weidmann.”Remetem para os 4 cavaleiros da ApocalÃpse
*portadores da fome ,da miséria,da devastação do planeta ,do desemprego ,da austeridade ,destabilidade na CE.*
*Porém ,Lagarde já reconheceu o erro do liberalismo económico bem como da austeridade .Aguardemos os resultados do Brexit -Maria â*
No dia 18 de junho de 2016 Ã s 10:29, A Viagem dos Argonautas escreveu:
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