PARA A HISTÓRIA DO TEATRO DE AMADORES – 8. APRESENTAÇÃO de “MOMENTOS MARADOS”, um espectáculo do CITEC – CENTRO DE INICIAÇÃO TEATRAL ESTER DE CARVALHO

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Vamos continuar no presente e a falar de Montemor-o-Velho e do seu grupo de teatro de amadores, o CITEC – Centro de Iniciação Teatral Ester de Carvalho.

Nas Direcções da APTA – Associação Portuguesa do Teatro de Amadores a que presidi, o CITEC era um dos membros da Direcção, representado pelo Sargento Henrique Pardal dos Santos, um Deficiente das Forças Armadas. Chegado a Montemor-o-Velho no dia 25 de Junho, logo perguntei por ele ao Deolindo Pessoa, ficando a saber que já não estava entre nós.

Não posso, nesta crónica, deixar de falar um pouco sobre o Pardal, como nós o tratávamos na APTA.

Sempre que nas reuniões se discutia algo de novo que carecia de aprovação, o Pardal dava a sua opinião, na generalidade acompanhando os outros membros da Direcção, mas sempre com uma ressalva: «Eu sou o representante do CITEC e, como tal, só depois de os ouvir direi qual a posição do grupo». Naturalmente, todos os outros sempre respeitaram as posições do Pardal, mas também é verdade que não me lembro de ter acontecido uma discordância do CITEC em relação ao que na Direcção da APTA havia sido decidido.

Ao perguntar ao Deolindo pelo nosso amigo Pardal e, após receber a funesta notícia, logo o Deolindo acrescentou que o Pardal fazia questão de, no seguimento de qualquer reunião da Direcção da APTA, transmitir ao Grupo o que estava em jogo, dando conta, pormenorizadamente, do que se havia passado em tais reuniões, ou seja, tive a confirmação do que sobre o Pardal eu pensava: pessoa solidária, respeitador da vontade do grupo que representava, apresentando as suas posições respeitando sempre mesmo as que lhe fossem contrárias, disponível para dar o seu contributo em todas as circunstâncias, o que me leva, para concluir, a dizer que pessoas como o Pardal vão rareando neste nosso mal tratado país. Descansa em paz, meu bom amigo, se alguém o merece tu és um deles!

Mudando agora para a habitual crónica, vou reproduzir o programa do espectáculo com que, na noite do dia 25 de Junho, fomos presenteados pelo CITEC, numa encenação de Deolindo Pessoa, com o título «Momentos Marados», uma produção a partir de textos de Philippe Absous e Karl Valentin, com uma referência a Luís Sttau Monteiro.

Provavelmente, voltarei a Karl Valentin, lembrando o que sobre ele escrevi, em tempos, no blogue, autor que é uma velha paixão de Deolindo Pessoa… e minha, autor para quem, no meu caso, me foi chamada a atenção pelo que li de e sobre Bertolt Brecht.

Portela (de Sacavém), 2016-07-07

 

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