No passado dia 9 de Setembro reuniram-se em Atenas os chefes de estado de seis países mediterrânicos da União Europeia (UE), a saber: Grécia, França, Itália, Espanha (Mariano Rajoy fez-se representar pelo secretário de estado para a União Europeia, Fernando Eguidazu), Malta e Chipre, mais Portugal. Segundo conseguimos depreender da notícias saídas na grande comunicação social (não muitas, e algo sucintas) a reunião teve como objectivo preparar a cimeira da UE, que se vai realizar em Bratislava, no próximo dia 16 de Setembro. E pelo que lemos no El País de sábado passado, 10 de Setembro, nela terão sido tratado problemas como o reforço das fronteiras, a gestão partilhada do problema da migração, com referências à necessidade de apoiar o desenvolvimento em África, e um incentivo económico para que o continente saia do marasmo em que se encontra há quase 10 anos.
A grande comunicação social não terá dado grande cobertura a esta cimeira, a primeira entre países do Sul da Europa. Mas deu cobertura a críticas à sua realização, como a de Passos Coelho, que apareceu na televisão a criticar a realização desta cimeira, considerando-a como divisionista. Entretanto, Teresa de Sousa, no Público, e Manuel Villaverde Cabral, no Observador (ver os dois últimos links abaixo), levantam dúvidas sobre os resultados desta reunião, chegando o segundo a considerar que Alexis Tsipras e António Costa procuram “instrumentalizar o pseudo-esquerdismo eleitoral de Hollande e Renzi” e pôr em causa o euro.
Será de referir que esta reunião dos países da Europa do sul até nem é a primeira de um grupo restrito da UE, à parte dos restantes. Desde a reunião dos países “fundadores” (França, Alemanha, Itália e Benelux) que até reuniu de urgência por causa do Brexit, até ao grupo de Visegrad (Polónia, Hungria, República Checa e Eslováquia), que inclui as maiores economias do leste, e existe desde 1991 (antes de aderirem à UE), estas reuniões, com ou sem continuidade, vão existindo sem obstáculos. Porque há de ser diferente com os países do sul?
https://www.publico.pt/mundo/noticia/a-primeira-cimeira-que-pode-ser-a-ultima-ou-nao-1743587
http://observador.pt/opiniao/a-desuniao-europeia/