Sem querermos entrar em análises épicas, e menos ainda, em apelos patrioteiros, é necessário ter em atenção que a vaga das chamadas privatizações imposta a Portugal, e aplicada tão diligentemente pelo governo Passos/Portas, está a culminar num (íamos a dizer assalto) “avanço” da banca do reino espanhol sobre a portuguesa. E mais ainda, é preciso ter em atenção que este “avanço”, ao que tudo indica, tem a bênção das autoridades europeias e do sistema financeiro internacional.
Tendo em conta que em qualquer país, e Portugal não é excepção, pelo contrário, a economia depende (muito) fortemente do sector bancário, o tal “avanço” implica que a economia portuguesa vai ficar ainda mais na mão de estrangeiros. Não é preciso ser patrioteiro, nem fantasista, nem licenciado em economia, para conseguir entender que assim o nosso país, sem economia própria, não terá hipóteses de crescimento, nem de melhoria da vida dos seus cidadãos. Dirão alguns que esta situação não é nova, que a economia portuguesa há muito que depende excessivamente do exterior e que os bancos também já tempo que estão em grande parte nas mãos de entidades não-portuguesas. Outros dizem-nos: a Caixa Geral de Depósitos (CGD) é um banco público de boa dimensão, e assim, poderá e deverá apoiar a economia dentro da óptica do interesse nacional. A estes perguntamos: a CGD continuará pública por quanto tempo? Não será que os conflitos que têm girado à sua volta, a começar pelos relacionados com a escolha das suas chefias, terão a ver com a sua manutenção nas mãos do estado português?