Estamos quase no fim do ano. Vêm aí as habituais avaliações, do ano político e dos restantes aspectos. Vamos ouvir falar da gerigonça, de Marcelo Rebelo de Sousa e da sua eleição, da diminuição do número de greves, da vitória no campeonato europeu de futebol e de muitos outros assuntos mais ou menos importantes. Mas sem dúvida que as perspectivas para o próximo ano é que originam as preocupações e discussões maiores.
A sobrevivência da gerigonça será sem dúvida um dos pontos a merecer maiores atenções. As eventuais alterações na direcção do PSD também. As segundas são a grande esperança dos estrategos que suspiram pela queda da primeira. Considerando que Passos Coelho terá sido o principal responsável pelo extremar da política á direita nos últimos anos no nosso país, e por ter aberto o caminho à governação de esquerda, prevêem a sua substituição, para assim se ver facilitado o acordo entre o PS e o PSD. As eleições autárquicas constituem um marco, e os seus resultados serão decisivos para o PSD e não só. As pressões dos órgãos europeus e internacionais, cuja evolução é mais difícil de prever, serão sem dúvida ainda mais determinantes, assim como a actuação do presidente da república.
Para o cidadão comum, entretanto, as questões que o afligem mais directamente continuarão complicadas. O crescimento económico, dentro do actual sistema político, e tendo em conta a desastrada política de integração europeia, continuará mitigado, o desemprego talvez diminua mas demasiado pouco para que se pode considerar haver no país um melhor equilíbrio social. Não será pessimismo descabido prever que a pequena folga de que o cidadão beneficiou durante 2016 talvez não volte já para trás, mas dificilmente atingirá o patamar que é necessário.
Que tudo vai continuar complicado parece ser um juízo muito acertado mas, nas circunstâncias históricas a viverem-se nos últimos anos, a derrota parlamentar do bando neoliberal fica na história política do País como uma dádiva que, apesar de tudo, bem merece ser agradecida,CLV.
Que tudo vai continuar complicado parece ser um juízo muito acertado mas, nas circunstâncias históricas a viverem-se nos últimos anos, a derrota parlamentar do bando neoliberal fica na história política do País como uma dádiva que, apesar de tudo, bem merece ser agradecida,CLV.