EDITORIAL – PORTUGAL EM 2017

logo editorial

Estamos quase no fim do ano. Vêm aí as habituais avaliações, do ano político e dos restantes aspectos. Vamos ouvir falar da gerigonça, de Marcelo Rebelo de Sousa e da sua eleição, da diminuição do número de greves, da vitória no campeonato europeu de futebol e de muitos outros assuntos mais ou menos importantes. Mas sem dúvida que as perspectivas para o próximo ano é que originam as preocupações e discussões maiores.

A sobrevivência da gerigonça será sem dúvida um dos pontos a merecer maiores atenções. As eventuais alterações na direcção do PSD também. As segundas são a grande esperança dos estrategos que suspiram pela queda da primeira. Considerando que Passos Coelho terá sido o principal responsável pelo extremar da política á direita nos últimos anos no nosso país, e por ter aberto o caminho à governação de esquerda, prevêem a sua substituição, para assim se ver facilitado o acordo entre o PS e o PSD. As eleições autárquicas constituem um marco, e os seus resultados serão decisivos para o PSD e não só. As pressões dos órgãos europeus e internacionais, cuja evolução é mais difícil de prever, serão sem dúvida ainda mais determinantes, assim como a actuação do presidente da república.

Para o cidadão comum, entretanto, as questões que o afligem mais directamente continuarão complicadas. O crescimento económico, dentro do actual sistema político, e tendo em conta a desastrada política de integração europeia, continuará mitigado, o desemprego talvez diminua mas demasiado pouco para que se pode considerar haver no país um melhor equilíbrio social. Não será pessimismo descabido prever que a pequena folga de que o cidadão beneficiou durante 2016 talvez não volte já para trás, mas dificilmente atingirá o patamar que é necessário.

1 Comment

  1. Que tudo vai continuar complicado parece ser um juízo muito acertado mas, nas circunstâncias históricas a viverem-se nos últimos anos, a derrota parlamentar do bando neoliberal fica na história política do País como uma dádiva que, apesar de tudo, bem merece ser agradecida,CLV.

Leave a Reply to Carlos A P M Leça da VeigaCancel reply