HÁ QUE CONHECER PARA ACREDITAR por Luísa Lobão Moniz

Começa agora a falar-se da Geração Z, geração nascida a partir de 1995.

Os jovens desta geração estão sempre ligados à net, cresceram num contexto digital e cheio de adversidades.

A informação chega-lhes em catadupas e por vezes contraditória. A informação chega na hora real do acontecimento. Não concebem a vida sem net.

É uma geração criativa que valoriza as amizades feitas pela net, por todos os cantos do mundo. No entanto, é uma geração que estabelece uma relação afectiva com a família, aparentemente “desligada”.

Os mais velhos queixam-se que esta geração dá mais valor aos amigos do que aos familiares. Há já muitos jovens que não passam as épocas tradicionais das reuniões familiares em casa, vão passear com os amigos.

Na Europa beneficiaram do Programa Erasmo o que lhes permitiu ver e conviver com pessoas e costumes diferentes. Nesta comunidade dos Erasmo não há notícia de exclusões, há sim notícias de uma convivência prolongada no tempo. Com facilidade vão a outro país para ir a uma festa importante de um amigo Erasmo…

A Geração Z envolve-se em causas sociais, fazem petições, fazem voluntariado.

Não se regem por modas, mas pela relação custo/benefício.

Compram quase tudo pela internet.

As hierarquias dentro das empresas, por exemplo, não lhes diz nada sobre a competência dos chefes.

Juntam-se em pequenos grupos e criam o seu próprio trabalho com intenção de se projectarem para fora do seu país.

Falam fluentemente a língua inglesa.

São óptimos na investigação científica.

A política partidária não lhes interessa, não conhecem as ideologias que outros, anos atrás, defenderam até à morte.

Trabalham as horas que forem precisas para cumprir com os seus objectivos.

A Geração Z precisa da compreensão e conhecimento das gerações anteriores para conviverem com todos e para irem orientando a geração que virá depois dela.

Estas são pequenas reflexões sobre uma geração que vejo crescer num abrir e fechar de olhos. É uma geração com interesses um pouco diferentes. Acredito no seu poder transformador para uma vida melhor. É preciso dar-lhes espaço. É preciso que as gerações anteriores os saibam reconhecer, que confiem neles e que não fechem os canais de comunicação afectiva.

Há que conhecer para acreditar.

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