A notícia já tem semanas, (saiu a 20 de Setembro!) mas nunca mais li coisa alguma sobre o assunto, apesar do ‘dramatismo’ no título, «O ‘maior escândalo da Europa’ pagava quatro anos de despesa do Estado português»
Duas linhas mais abaixo, no desenvolvimento, dizia-se que o Banco da Dinamarca, através da sua filial na Estónia, era suspeito de ter lavado cerca de duzentos mil milhões de euros (deixo por extenso para que a importância seja mesmo o que parece, uma enormidade!).
Tudo feito de uma maneira simples – entre 2007 e 2015, mais de seis mil clientes serviram-se daquele Banco para fazer entrar aquela enormidade na UE, trazida tranquilamente de paraísos fiscais nas Ilhas Virgens, Rússia e Reino Unido.
Julgo que não passará apenas de uma ‘porcariasita’, pois não voltei a ver mais qualquer novidade sobre o assunto, mas …
… ‘É chocante’ clamou a comissária europeia da Justiça quando isto se soube, noticiando-se logo a seguir que o administrador do banco se demitiu e nada mais, talvez por se dar o acaso de o povo europeu andar, ou ser sereno!
Como se percebe, quem está envolvida na ‘porcariasita’ terá de ser gente fixe, temente a Deus com certeza, bem relacionada, respeitada, lugar certo na ópera, no teatro, talvez nos parlamentos mas, tudo isto são apenas suposições minhas, por não haver outros e maiores desenvolvimentos.
Julgo, se me é permitido qualquer pensamento menos próprio, apenas por tentar compreender a atitude quase dogmática de se passar muito por cima deste ‘chocante’ e enorme escândalo (a ‘porcariasita’ lavada valia muito mais que o orçamento da EU para o ano de 2017!), que não se afasta muito do pensamento medieval da verdade evidente, de tal maneira que tudo o que parecesse contrário devia ser tido, imediatamente, como anátema.
Opor-se ao capitalismo planetário e aos seus ‘tementes a Deus’ representantes, não passará então e também, de uma atitude indecorosa, talvez ‘bolivariana’, a palavra maior da reserva de ofensas e insultos para anticapitalismos e antiglobalizações.
Não se pode falar nem sequer pensar mal, das veneráveis escritas que criaram as Merkel’s, os Draghi’s, os Junker’s e seus apaniguados (tantos!) ‘santificados’ por eles mesmos e que, apesar da sua quase omnipresença, ainda me atrevo a pensar desta maneira nestes territórios também por eles ‘abençoados’!
Acredito ainda, apesar dos exemplos que não faltam cá no Eucaliptal, que talvez sejam só a curiosidade e o interesse pela verdade a poder conseguir mudar situações como esta porque, sem liberdade de pensamento, a liberdade de expressão não passa de uma fantasia!
E a validar esta minha crença, li há dias que a jornalista Soledad Gallego-Díaz, a nova directora do “El País”, baseou a tomada de posse no cargo na escrupulosa afirmação ‘O jornalistas têm de acreditar que a verdade existe’.
Também se ouve falar que, por aqui, haverá muita ‘porcariasita’ abafada!
Anátemas?
António M. Oliveira
Não respeito as normas que o Acordo Ortográfico me quer impor