

Achille Lollo explica quais métodos os EUA usam para impulsionar o conflito e criar uma guerra civil no país

Juan Guaidó, Iván Duque, presidente da Colômbia e Mike Pence, vice-presidente dos EUA, em encontro na Casa Branca / Twitter de Mike Pence/Reprodução
Apesar da “Operación Constitucion”, ter acabado com o retorno miserável e silencioso de Juan Guaidò a Caracas, e com a captura dos quatro comandantes do dito “Exército de Libertação Venezuelano” (1), atualmente na região de Tona, no departamento colombiano de Santander, as “antenas” da CIA e os funcionários colombianos da Inteligência e Contrainteligencia Militar Conjunta-J2, continuam os preparativos para criar um “foco” subversivo nos estados venezuelanos de Tachira, Zulia, Amazonas e Apure, a partir dos quais promover a guerra civil, que envolveria a Colômbia e, portanto, a imediata intervenção militar dos Estados Unidos.
Com base nessa perspectiva, no dia 4 de março, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, voltou ao ataque lembrando que “… o presidente Donald Trump continua firmemente convencido da necessidade urgente de acabar com o governo liderado por Nicolas Maduro, mesmo com uma solução militar ( 2) e sem autorização internacional! … “
Uma declaração escandalosa que não foi bem recebida nem mesmo pelos lacaios do Grupo Lima (3), registrando novamente a dissidência dos generais brasileiros e dos argentinos, a quem se juntou o desentendimento de muitos altos oficiais colombianos.
De fato, em 25 de fevereiro, o vice-presidente do Brasil, general Hamilton Mourão, presente no encontro do grupo de Lima, realizado na capital colombiana, Bogotá, reafirmou diante do aturdido Mike Pence a posição contrária dos militares brasileiros, que o próprio general Mourão anunciou, pela primeira vez, em 23 de janeiro, logo após Juan Guaidò ter sido coroado com o título de “Presidente Interino” por Donal Trump. Um pronunciamento que rompeu a ênfase belicosa da Casa Branca, porque o general Hamilton Mourão, que na época, ocupava o cargo presidencial na ausência do presidente Jair Bolsonaro, declarou com extrema clareza: “O Brasil e suas Forças Armadas não se envolverão na política interna da Venezuela! “.
Consequentemente, a posição expressa pelo vice-presidente brasileiro, general Mourão na reunião do grupo de Lima, influenciou o posicionamento dos generais argentinos, que, apesar das declarações belicosas do presidente Macri, categoricamente lembraram que: “… as Forças Armadas argentinas poderiam integrar uma missão de paz na Venezuela somente se a mesma for votada e autorizada pela Assembléia das Nações Unidas! .. “.
Mas, também, na capital colombiana – onde o clima político é cada vez mais complexo devido à crise econômica e ao permanente estado de instabilidade causado pela corrupção e o narcotráfico -, os abraços e apertos de mão do presidente Iván Duque Márquez com o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, não convenceram os generais do Estado-Maior, porque depois de a trágica experiência do “Plano Colômbia”, nenhum oficial e soldado colombiano quer arriscar sua vida em uma difícil “guerra nas florestas”, especialmente com a Venezuela!
Na realidade, apenas a explosão de uma guerra civil devastadora, que ameaça danificar a infraestrutura da indústria petrolífera (poços, refinarias e portos de embarque), poderia convencer o Congresso dos Estados Unidos da necessidade de intervir militarmente na Venezuela e, portanto, autorizar os generais do Pentágono para realizar um “ataque cirúrgico” contra a Venezuela.
Um ataque que, no entanto, o almirante Craig Faller, chefe do Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos (SouthCom), no mês de outubro passado, em uma sessão do Comitê de Defesa do Senado, definiu “arriscado”, porque “… O exército bolivariano é estruturado horizontalmente, com cerca de dois mil generais que comandam e controlam os diferentes setores da defesa territorial … “. Além disso, Galen Carpenter, analista do conservador “Cato Institute” e especialista em questões militares internacionais, em entrevista à BBC News Mundo enfatizando os riscos da invasão, lembrou que: “… Embora possa haver razões para uma divisão interna, o que é certo, é que a maioria das forças do exército bolivariano em caso de ataque dos EUA, se mobilizarão todas para repelir a invasão! … “.
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