Acredito ter-lhe custado sentir-se obrigado a desistir da sua filiação partidária mas não posso deixar de louvar-lhe a verticalidade assumida. Quantos mais deveriam tê-la?
Naturalmente não sinto ter o direito de comentar qualquer das várias razões invocadas para abandonar o PS mas espero que o seu exemplo frutifique e ajude a trazer à vida político-partidária nacional aquele sopro da honestidade que, bem sabido – triste infelicidade – tem andado muito arredada do nosso quotidiano sócio –poltico. Um abraço do CLV
António Gomes Marques solicitou-me que inserisse o esclarecimento seguinte:
Esclarecimento
(a propósito da minha carta de desvinculação do Partido Socialista)
Um amigo, com quem discuti previamente a carta que enviei a António Costa, remeteu-a para um outro blogue, que a publicou.
Nesse blogue, muitos comentários foram feitos, aos quais não vou responder. As pessoas são livres de escrever o que entenderem, desde que não ofendam seja quem for. Tendo em conta alguns desses comentários, sinto-me, no entanto, obrigado a fazer um esclarecimento.
Nunca fiz parte das amizades de António Costa, nem nunca fui íntimo da família; se assim fosse, teria havido uma conversa pessoal e, depois, uma simples carta a formalizar a desvinculação do partido.
As minhas amizades nasceram nos vários graus de ensino, desde a Primária à Universidade, nos grupos de oposição ao regime anterior, em actividades culturais, a que me dediquei antes e depois do 25 de Abril —onde nasceu a minha amizade com Orlando da Costa—, e, depois, na actividade profissional. Mantenho bastantes amigos, que muito importantes têm sido na minha vida.
Na política não se fazem amizades, julgo, e, também por isso, nunca estive interessado em desempenhar qualquer cargo político, jamais permitindo que o meu nome fizesse parte de qualquer lista concorrente aos vários cargos políticos dentro e fora do partido, recusando mesmo alguns convites. Houve apenas uma excepção, em que aceitei ser membro da Mesa da Assembleia-Geral da Secção Cultural da FAUL, por insistência de um amigo que pretendia dinamizar a Secção e também por o número de militantes dessa área ser pouco maior do que o necessário para preencher os vários lugares da única lista concorrente.
Entrei para o PS por ter participado numa reunião em Coimbra —os 70 de Coimbra, como um jornal referiu—, em que, após longa discussão, foi decidido aderir a este partido, reunião essa composta por cidadãos que haviam participado na candidatura presidencial de Maria de Lourdes Pintasilgo, não me recordando que houvesse alguém na reunião que não tivesse participado nessa candidatura. Aceitei apenas por, na altura, o Secretário-Geral ser Jorge Sampaio; se continuasse a ser Victor Constâncio, eu não teria aderido.
Faço este esclarecimento para evitar quaisquer confusões. Conheço António Costa há muitos anos e no PS é normal o tratamento por tu entre militantes, mesmo que a diferença de idades seja significativa, como é o caso, pois tenho mais 16 anos do que ele. Para além disso, acreditava, e continuo a acreditar, que António Costa tem condições pessoais para poder ser um excelente político, pena é que a ambição pelo poder se sobreponha em todas as suas acções.
Temo que a continuação deste tipo de governação nos ponha, num curto espaço de tempo, na cauda dos países da União Europeia. Para não falar na Irlanda, que há muito nos ultrapassou, repare-se no ritmo de crescimento de quase todos os países que fazem parte da U. E. e que pertenceram ao bloco soviético.
Quem realmente me conhece sabe que este esclarecimento corresponde à verdade. Quem não me conhece, … pense o que quiser.
António Gomes Marques
2019-11-08
Acredito ter-lhe custado sentir-se obrigado a desistir da sua filiação partidária mas não posso deixar de louvar-lhe a verticalidade assumida. Quantos mais deveriam tê-la?
Naturalmente não sinto ter o direito de comentar qualquer das várias razões invocadas para abandonar o PS mas espero que o seu exemplo frutifique e ajude a trazer à vida político-partidária nacional aquele sopro da honestidade que, bem sabido – triste infelicidade – tem andado muito arredada do nosso quotidiano sócio –poltico. Um abraço do CLV
Obrigado pelas suas palavras, meu caro Carlos Leça da Veiga.
Abraço amigo do AGM
“Só faz falta quem cá está” – É isso!
Obrigado por estas palavras e, acima de tudo, pela frontalidade da atitude!
Abraço
A.O.
António Gomes Marques solicitou-me que inserisse o esclarecimento seguinte:
Esclarecimento
(a propósito da minha carta de desvinculação do Partido Socialista)
Um amigo, com quem discuti previamente a carta que enviei a António Costa, remeteu-a para um outro blogue, que a publicou.
Nesse blogue, muitos comentários foram feitos, aos quais não vou responder. As pessoas são livres de escrever o que entenderem, desde que não ofendam seja quem for. Tendo em conta alguns desses comentários, sinto-me, no entanto, obrigado a fazer um esclarecimento.
Nunca fiz parte das amizades de António Costa, nem nunca fui íntimo da família; se assim fosse, teria havido uma conversa pessoal e, depois, uma simples carta a formalizar a desvinculação do partido.
As minhas amizades nasceram nos vários graus de ensino, desde a Primária à Universidade, nos grupos de oposição ao regime anterior, em actividades culturais, a que me dediquei antes e depois do 25 de Abril —onde nasceu a minha amizade com Orlando da Costa—, e, depois, na actividade profissional. Mantenho bastantes amigos, que muito importantes têm sido na minha vida.
Na política não se fazem amizades, julgo, e, também por isso, nunca estive interessado em desempenhar qualquer cargo político, jamais permitindo que o meu nome fizesse parte de qualquer lista concorrente aos vários cargos políticos dentro e fora do partido, recusando mesmo alguns convites. Houve apenas uma excepção, em que aceitei ser membro da Mesa da Assembleia-Geral da Secção Cultural da FAUL, por insistência de um amigo que pretendia dinamizar a Secção e também por o número de militantes dessa área ser pouco maior do que o necessário para preencher os vários lugares da única lista concorrente.
Entrei para o PS por ter participado numa reunião em Coimbra —os 70 de Coimbra, como um jornal referiu—, em que, após longa discussão, foi decidido aderir a este partido, reunião essa composta por cidadãos que haviam participado na candidatura presidencial de Maria de Lourdes Pintasilgo, não me recordando que houvesse alguém na reunião que não tivesse participado nessa candidatura. Aceitei apenas por, na altura, o Secretário-Geral ser Jorge Sampaio; se continuasse a ser Victor Constâncio, eu não teria aderido.
Faço este esclarecimento para evitar quaisquer confusões. Conheço António Costa há muitos anos e no PS é normal o tratamento por tu entre militantes, mesmo que a diferença de idades seja significativa, como é o caso, pois tenho mais 16 anos do que ele. Para além disso, acreditava, e continuo a acreditar, que António Costa tem condições pessoais para poder ser um excelente político, pena é que a ambição pelo poder se sobreponha em todas as suas acções.
Temo que a continuação deste tipo de governação nos ponha, num curto espaço de tempo, na cauda dos países da União Europeia. Para não falar na Irlanda, que há muito nos ultrapassou, repare-se no ritmo de crescimento de quase todos os países que fazem parte da U. E. e que pertenceram ao bloco soviético.
Quem realmente me conhece sabe que este esclarecimento corresponde à verdade. Quem não me conhece, … pense o que quiser.
António Gomes Marques
2019-11-08