Por qué el bloqueo no es estático? por ERNESTO ESTÉVEZ RAMS

Por qué el bloqueo no es estático?, por Ernesto Estévez Rams

Granma, 8 de Outubro de 2021

Selecção e tradução de Camilo Joseph 

 

*_Nada justifica, nem econômica, nem política, nem moralmente, ignorar o bloqueio em nossa ação pública cotidiana, nem na tomada de decisões, nem nas análises, nem nas projeções, nem nos planos_*.

 

Além dos argumentos morais e éticos, do ponto de vista *epistemológico* é um absurdo ignorar o bloqueio e o que ele implica do ponto de vista prático.

Quando digo *epistemológico*, quero dizer que ignorá-lo como uma variável do estado de realidade sobre que incide, impede-nos de analisar essa realidade de maneira suficientemente completa no que diz respeito ao que nos interessa. Neste caso, *a respeito da possibilidade de desenvolvimento de Cuba no plano econômico e em seu projeto socialista*.

Em primeiro lugar, *o bloqueio não é uma variável dada, é um conjunto de variáveis dinâmicas* que determinam em grande parte os cenários onde se desenrola a realidade cubana. *É um gerador de variáveis*; então, sua função não é apenas a de fator do sistema em análise, *é um meta-parâmetro* que atua de fora sobre o sistema, no caso Cuba, introduzindo e determinando o peso de outras variáveis.

*Vou tentar ser menos abstrato*.

Uma pessoa com deficiência que, nos seus planos, assume as suas limitações físicas no seu contexto pode assumir nas suas projecções (pelo menos a médio prazo) o peso que a sua deficiência terá neste, e tomá-lo como uma dada variável a ser rastreada, para obter metas, rotas, etc.

*Com o bloqueio não se pode fazer o mesmo*, porque ele, como *meta-parâmetro*, está adaptando a sua incidência sobre a realidade cubana precisamente em resposta às decisões que se tomam.

Se o transporte de petróleo não era uma variável de preocupação nos planos de desenvolvimento econômico de curto prazo, *a medida de Trump de sancionar as companhias marítimas que nos prestam esse serviço com medidas mais drásticas*, tornou o transporte de combustível numa nova variável depois de termos feito os planos sem levar em conta essa contingência.

O bloqueio não é estático, é dinâmico; portanto, *ignorá-lo* em projeções, análises, planos econômicos, decisões econômicas e políticas, etc., *seria uma estupidez tremenda*, porque o bloqueio, como variável, muda para afetar as decisões que eu tomo. Não é uma variável dada.

Perdem o rumo o economista, o empresário, o político, o cidadão comum em Cuba *que fazem uma análise assumindo o bloqueio como uma variável dada*, em abstrato, sem pensar na sua capacidade de mudar e criar novos contextos políticos e econômicos. É isto simplesmente.

E isso levanta outra questão central: *manter a pressão da opinião pública contra o bloqueio* não é apenas um imperativo moral, é um imperativo prático_.

Em primeiro lugar, como um *meta-parâmetro* que gera novos cenários, somos obrigados a aprender constantemente sobre os cenários que ele gera e que pode gerar. Se não *nos educarmos todos*, não podemos prever, não podemos responder coletivamente, mas também não podemos avaliar o impacto específico que isso pode ter em um determinado momento, em um contexto específico. Isso também traz, como consequência, que *o desconhecimento começa com a má avaliação pública* sobre o papel que o bloqueio está desempenhando em um determinado momento, podemos subestimá-lo ou podemos superestimá-lo.

*Subestimá-lo* acarreta culpar outras variáveis com resultados que são do bloqueio, cria a percepção pública de que o bloqueio é uma justificação para esconder problemas e limitações que são culpa de outros: corrupção, más decisões, má previsão, etc.

*Superestimá-lo* limita-nos na ambição das nossas projeções, torna-nos autocontidos, reduz-nos a um conservadorismo mutilador nas propostas econômicas, nas mudanças que propomos, faz-nos responsabilizar o bloqueio por consequências que são fruto de outras variáveis, entre outros males: corrupção, más decisões, má previsão, etc.

*E termino com outra consideração prática*: a pressão sobre o bloqueio, mesmo que não leve à sua eliminação imediata (e não podemos renunciar a pensar que poderemos, com esta batalha permanente, pelo menos modificá-lo substancialmente em nosso favor) afeta o seu escopo.

A avassaladora *rejeição*, dentro e fora de Cuba, ao bloqueio, *impede que os Estados Unidos cheguem a insuspeitados paroxismos em sua política de asfixia econômica, ainda pior do que o que temos hoje*. Tudo o que reduza essa rejeição pública, dentro e fora de Cuba, atenta contra a limitação do seu alcance.

Nesta guerra implacável, que como povo *continuemos educados sobre o bloqueio* (mesmo e, sobretudo, em termos mais profundos do que o simples slogan da ocasião) é uma arma de batalha. *Os Estados Unidos sabem que não podem ter como objetivo conquistar “as mentes e os corações” dos cubanos se isso for percebido em Cuba como a principal causa de nossas dificuldades econômicas, como nosso principal agressor*. Obama entendeu isso muito bem_.

*Nada justifica, nem econômica, nem política, nem moralmente, ignorar o bloqueio em nossa ação pública cotidiana, nem na tomada de decisões, nem nas análises, nem nas projeções, nem nos planos. Isso seria uma miopia cega onde quer que você olhe para ela*.

 


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