Passado bastante tempo desde a minha última publicação, volto hoje para prestar homenagem ao meu amigo Carlos Loures que partiu ontem (02/01/2022) para uma nova viagem.
Conheci o Carlos em Abril de 1972, quando ingressei no Departamento Alfa, da Editora “Publicações Europa América”. Aquele departamento provinha de um acordo feito em 1970, entre a editora “Salvat” (Barcelona) e a “Europa América”, com o objectivo de publicar edições em fascículos.
Carlos Loures foi o primeiro colaborador do referido departamento, com a responsabilidade editorial das edições a publicar. O primeiro lançamento (1971) foi a publicação de “A Fauna” em língua portuguesa. Toda a edição foi única e exclusivamente comandada pelo Carlos Loures.
O Carlos recebeu-me de braços abertos e logo iniciámos uma amizade que ficou para toda a vida. Eu passei a ser o segundo colaborador do departamento Alfa, com a principal função de preparar a constituição de uma empresa em Portugal. Em 1973 a editora “Publicações Alfa“, iniciou a sua actividade.
A seguir à “Fauna” muitas coedições de outras publicações da “Salvat“ se seguiram, sempre sob o comando e coordenação do Carlos.
Depois de 1974 o Carlos começou a propor a publicação de colecções de origem portuguesa.
Reconhecendo a excelente qualidade do Carlos na direcção editorial, os seus projectos foram sendo aprovados e assim a ele se devem publicações de enorme êxito, a começar pela “História de Portugal”. Seguiram-se, entre outras, a “História da Arte em Portugal “, “Os descobrimentos portugueses” e “Portugal contemporâneo”.
Ele próprio é escritor com obra publicada e premiada. É, portanto, um português que deixa uma pegada cultural que não pode ser esquecida.
O convívio com o Carlos era de uma afabilidade sem limites. Na área profissional e na privada como amigos, conviver com o Carlos foi e é um privilégio, que se manterá para todo o sempre.
Até um dia amigo.
Luís Rocha