Indescritível. Tentar descrevê-lo (como a qualquer tema musical em geral) é uma impossibilidade e certamente de uma enorme inutilidade – já lá dizia o Luís Villas-Boas, quando raramente entrevistado na rádio ou televisão e quase sempre por palermas encartados: ouçam, é sempre melhor do que falar sobre.
Mas eu tento descrever. Quero lá saber.
Este tema do Sivuca, dedicado ao Tom Jobim como qualquer um percebe, é um tema lindíssimo, sempre em crescendo e o que ele tem de balanço e alegria, tem também de uma discreta nostalgia, especialmente na sua segunda parte.
Mas quanto a mim aquela repetição de não sei quantos em quantos compassos, de oito notas em forma de interrogação e a partir das quais tudo recomeça, é linda e parece-me ser mesmo a base da intenção do tema.
Mais uma vez brasileiros do Samba e americanos do Jazz se encontram olhos nos olhos, tempo no tempo, uma felicidade, uma alegria e uma recíproca admiração repartidas ao longo de todas as maravilhosas intervenções de cada um.
Com a curiosidade daqueles dois, lá atrás (o trompete e o sax soprano) assim como que sentados na mesa do fundo do Café a observar e a comentar, mas também a intervir, convictos e cheios de gozo.
Carlos

Obrigado a Gabriel Grossi e ao youtube