Os últimos dias foram férteis em avisos para nos levar a pensar bem num futuro (quando e qual?), pois tais avisos foram uma série de acontecimentos que ultrapassam muito as dimensões do local, e se transformam em dramáticas ocorrências para as sociedade e, porventura, para toda a humanidade.
Aliás, não é preciso mais nada, do que ter em atenção os títulos de alguns jornais por esse mundo fora, independentemente de qualquer ligação ideológica – DN, 04.12.23. ‘Israel diz que fará no Sul “o mesmo e pior” do que fez no Norte de Gaza’; Diario.es, 07.12.23. ‘O exército israelita confirma ter realizado 10.000 bombardeament os nestes dois meses, o que representa um ataque por cada 220 palestinos em Gaza’; Liberation.fr, 07.12.23 . ‘Várias ONGacusam Israel de “crimes de guerra” depois da morte de um jornalista no sul do Líbano’; The Guardian, 07.12.23. ‘Quem divulgará as atrocidades cometidas em Gaza, se todos os jornalistas forem assassinados?
Uma situação que tende a agravar-se pelo abandono dos sobreviventes, pelo bombardeamento de todos as instituições de recolha e tratamento, hospitais, igrejas e mesquitas, escolas e até museus e estações arqueológicas, de tal maneira que o secretário geral das Nações Unidas, António Guterres, alertou o Conselho de Segurança para a situação humanitária no Médio Oriente, instando-o a fazer tudo para um alto ao fogo entre Israel e o Hamas, invocando mesmo o Artigo 99 da Carta das Nações Unidas.
O artigo 99 da Carta da ONU, uma ferramenta da ‘diplomacia preventiva’ para uso do secretário geral, onde se diz que ele ‘Pode chamar a atenção do Conselho de Segurança em relação a qualquer assunto que, na sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz internacional e da segurança’, foi usado apenas três vezes até agora, em 1960, em 1979 e em 1989.
Manuel Fontdevila, Diario.es, 09.12.23