WILLIAM SHAKESPEARE – SONETO “COMPARAR-TE A UM DIA DE VERÃO?”, na tradução de CARLOS OLIVEIRA

(1564 – 1616)

 

 

(1921-1981)

 

Comparar-te a um dia de verão?
Há mais ternura em ti, ainda assim:
um maio em flor às mãos do furacão,
o foral do verão que chega ao fim.
Por vezes brilha ardendo o olhar do céu;
outras, desfaz-se a compleição doirada,
perde beleza a beleza; e o que perdeu
vai no acaso, na natureza, em nada.
Mas juro-te que o teu humano verão
será eterno; sempre crescerás
indiferente ao tempo na canção;
e, na canção sem morte, viverás:
Porque o mundo, que vê e que respira,
te verá respirar na minha lira.

 

William Shakespeare, in “Sonetos”
Tradução de Carlos de Oliveira

 

Shall I compare thee to a summer’s day?
Thou art more lovely and more temperate:
Rough winds do shake the darling buds of May,
And summer’s lease hath all too short a date;
Sometime too hot the eye of heaven shines,
And often is his gold complexion dimm’d;
And every fair from fair sometime declines,
By chance or nature’s changing course untrimm’d;
But thy eternal summer shall not fade,
Nor lose possession of that fair thou ow’st;
Nor shall death brag thou wander’st in his shade,
When in eternal lines to time thou grow’st:
   So long as men can breathe or eyes can see,
   So long lives this, and this gives life to thee

 

Clicar em:

Sonnet 18: Shall I compare thee to a summer’s… | Poetry Foundation

 

 

 

Leave a Reply