“A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo.”
— Nelson Mandela
A educação a partir de Abril de 74 é uma história de sucesso. Se por um lado correspondeu a um direito que as pessoas tinham, por outro era também uma necessidade social. Em 1974,só 5 em 100 jovens acediam ao secundário. O gráfico que apresentamos é elucidativo.
Verificaram-se profundas mudanças económicas e sociais no nosso país. Nalguns aspectos foram as próprias comunidades que se organizaram para atingir a melhoria de serviços. Por exemplo, ocupando casas para creches e jardins de infância. Só em 1979, e a reboque, o “Estatuto dos Jardins de Infância se tornou um texto legal. Neste aspecto, podemos dizer que foi a população que empurrou o Estado para legalizar o que ela organizara.
Estudos posteriores vieram confirmar que vale a pena investir na educação desde os primeiros anos. Ela é factor de sucesso educativo. Ela é factor de prevenção da exclusão social.
Também nos lembramos das campanhas de alfabetização que correram o país e da alegria de quem aprendeu, pela primeira vez, a escrever o nome. O investimento neste sector da população abrandou, aspecto sobre o qual se deve reflectir. Encontrar mulheres de 30 e poucos anos que não sabem ler nem escrever é para mim um choque! E porque ficaram em casa em trabalho doméstico e a tomar conta dos irmãos.
Apesar de todos os avanços, continuamos com uma escola com um formato igual à de antigamente. Passaram a ser mistas, mas continua a ser “o professor ensina e o aluno aprende”. Os alunos decoram o que o professor ensina e nem pensa sobre isso. Reproduz como um papagaio. E certinho, porque têm exames e as famílias continuam a acreditar que a nota conta para o seu futuro.
É por isso que os resultados da avaliação Pisa não coincidem com as nossas avaliações internas. É que aos alunos são feitas perguntas que implica aplicar em problemas práticos o que aprenderam, ou seja pensar e desenrascar.
Deixo um video do trabalho que se fazia nos anos que se seguiram à Revolução dos Cravos (existem mais 4 que se apanham no youtube).