O Mundo das Crianças – a democracia do Chile – VI, por Raúl Iturra

(Continuação)

 

Mas…, sempre há uma dúvida entre os homens públicos. Alessandri, esse denominado Leão de Tarapacá por ter conquistado o sítio do eterno Deputado do Norte, Arturo del Río, Socialista, Trás una disputada e violenta eleição Alessandri triunfou, a partir do qual ganhou o ápodo de León de Tarapacá, devido ao seu carisma, a sua popularidade entre o povo e a grade ênfase dos seus discursos seus discursos, no meio de greves e matanças de operários, tinha por base a segurança social, pela qual sempre lutou. Não era estranho: era um homem político. Iniciou a sua vida política en 1897, integrando-se ao Partido Liberal, assumindo como deputado por Curicó, onde seria reeleito por quase vinte anos mais. Mas a sua luta pelo seguro obreiro, o levara, na sua fúria, a matar estudantes rebeldes que tinham procurado refúgio nas escadas do prédio do seguro obreiro. Grande contradição!

 

A Matanza del Seguro Obrero foi uma massacre de carácter político contra membros golpistas do partido Nacional Socialista pro-ibañistas ocorrida no Chile a 5 de Setembro de 1938 durante o governo de Arturo Alessandri Palma. Desde o día 2 de Setembro, tinham reunido os jovens nazis Orlando Latorre, Ricardo White e Mario Perreta entre outros, na casa de Oscar Jiménez Pinochet, para planificar um intento de alçamento que devia ter lugar a 5 desse mes, no dia a seguir da marcha, tomando vantagem da vinda massiva de camaradas desde províncias para participar no acto.

 

O chefe do movimento chileno, Jorge González von Marées, esperava que com o grupo de Nacional Socialistas, começa-se a activar uma progressão de levantamentos até atingir aos pensados elementos ibañistas das Fuerzas Armadas, por efecto dominó, tirando proveito também do grande descontentamento popular contra o governo de Alessandri. Na Segunda Feira 5 de septiembre de 1938 . perto do meiodia, trinta e dois jovens nazis, sob o mando Gerardo Gallmeyer Klotze ( tenente das TNA) assaltaram a Caja del Seguro Obrero. Os jovens começaram a fechar a porta do prédio, apesar da luta com o porteiro do edifício. Este inconveniente não pensado antes, desataria os acontecimentos.

 

Arturo Alessandri Palma alertado pelos disparos da torre, observou desde La Moneda ao carabinero (guarda em Português) Salazar cair ferido pelos disparos dos nazis. “El león de Tarapacá” como era referido, estava certo que se iniciava “una revolução nazi, necessária de conjurar com rapidez e energia“, saiu ao exterior para obter informação das testemunhas dos factos. Desarmados, os golpistas capturados foram colocados contra a parede do sexto piso, todos com as mãos en alto. Um pelotão de armas começou a disparar contra eles. Os revoltosos foram massacrados. Jorge González von Marées e Oscar Pinochet se entregaram às autoridades e foram condenados a vinte anos de prisão. Até o dia de hoje não é certo de quem foi a responsabilidades. A verdade é que as forças armadas, sem ninguém as requerer, ao ver a subversão nazi, foram de imediato ao centro dos acontecimentos, Ibáñez retirou a sua candidatura para a Presidência, auto exilou-se, sendo todos estes movimentos em benefício do outro candidato, Pedro Aguirre Cerda, quem teve uma maioria absoluta nas eleições.

 

A democracia conseguiu ser salva, durante os anos de Pedro Aguirre Cerda e, a seguir, por causa da morte do Presidente, abriram-se os sufrágios e foi eleito outro membro do Partido Radical, cujo objectivo era também educar ao povo. Os dois advogados e professores . Os dois faleceram no cumprimento dos seus cargos. Entre 1939 e 1949, pesar da guerra mundial, Chile manteve a sua paz e democracia. Um terceiro radical, foi eleito a seguir a morte de Ríos, denominado por todos o Presidente Traidor, um tal Gabriel González Videla .

 

Gabriel González Videla (La Serena, 1898Santiago do Chile, 22 de agosto de 1980) foi um político chileno.

 

Ingressou na carreira política em 1917 no Partido Radical. Em 1933 elegeu-se deputado e reelegeu-se em 1949. Foi embaixador do Brasil em 1942 e formou a Alianza Democrática pela presidência, formada por radicais, democratas e comunistas.

 

Em 1948 tomou o poder do Chile. E, depois, no ano da ditadura do presidente Augusto Pinochet, foi conselheiro de Estado.

Isto é todo o que a História fala de um traidor. Foi eleito Presidente da República, com o apoio do seu Partido Radical e do Partido Comunista. Era apenas um pobre Advogado de uma cidade Pequena,La Serena, que, como Presidente, a convertera em vila balnear – residencial. Muitos acreditaram nele, até o Senador PC, Pablo Neruda. O engenheiro votou por ele, a sua mulher não por ser estrangeira. Quem gastara uma fortuna na candidatura do Presidente Mentiroso, foi o meu sogro, o General de Aviação Raúl González Nolle. Era o tempo de ser General en Chefe da Força Aérea do Chile, criador da mesma, a partir do ramo da força aérea do Exército. Foi convidado a Alemanha para comprar aviões ao ditador nazi. Teve imenso sucesso. Voltou com glória e louvores. O Presidente Traidor, não tolerava que ninguém fosse mais do que ele. Enquanto foi eleito Presidente, de imediato enviou ao retira ao General, meu sogro, que tinha sido Edecan de Presidentes anteriores, Aguirre Cerda e Antonio Ríos e representante do Chile em vária embaixadas. Não merecia esse trato. Um dia qualquer, houve uma festa no mais famoso clube da América Latina, o da União, onde apenas podiam entrar pessoas da aristocracia. A festa era para honrar ao Presidente. Como manda o protocolo, todos estavam vestidos de obscuro, o Presidente foi anunciado, de imediato formaram-se duas filas para os cumprimentos, excepto o general, que continuou a falar com um amigo. Foi-lhe advertido que trás dele estava o Presidente, o general virou-se e disse: não vejo a ninguém. Este Presidente era pequeno, media1 metroe cinquenta e o general, alto e esguio, de1 metroe oitenta, olhou à distância e disse: não vejo ninguém, e continuou a sua conversa com o amigo o General e o Presidente da República.

 

De imediato o traidor foi-se embora, lívido de raiva e a festa não aconteceu, mas todos congratularam ao General: eram todos liberais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

(Continua)

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