O pato algemado – por Carlos Loures

 

 

                     O Pato algemado 

 
 

Le Canard enchaînéé um jornal de humor satírico que se publica em Paris há quase cem anos. Foi fundado em 1915 por Maurice e Jeanne Maréchal.

 

 

 O seu carácter humorístico não o impede de abordar com seriedade temas políticos e da área da política e da economia.

 

O Pato algemado é uma homenagem ao quase secular Le Canard enchaîné.

 

A tradução mais correcta seria “o Pato acorrentado”, mas as correntes, mais prometaicas e dramáticas do que as algemas que a polícia usa, seria conferir ao nosso pato uma paridade com deuses e heróis míticos – o nosso pato é um pequeno delinquente – pequenos furtos, pequenas desordens… Ainda pensámos, dada a frequência com que utiliza a hospitalidade prisional (?), chamar-lhe “o Pato encanado». Como dizíamos nem é um ladrão – é aquilo a que na linguagem antiga se designava por um ratoneiro – nada de roubar o fogo do Olimpo ou de comprar subrepticimente acções do BPN. Também não se envolve com empregadas de quarto nos hotéis – o nosso pato nem sabe o que é um hotel. Não é decididamente uma figura do jet set, nem sequer aparecerá no Correio da Manhã. A Júlia Pinheiro ou o Luís Goucha não se dignarão a entrevistá-lo. Tem bom feitio, mas não lhe falem no Pato Donald e, muito menos, no Pato à Xangai.

 

 

Enquanto publicista, o nosso pato é uma espécie de monstro de Frankenstein, pois os seus textos, resultam de um trabalho de equipa. Apresentaremos também aqui alguns humoristas. Muito conhecidos, alguns, desonhecidos outros. E trabalhos de grandes escritores.  

 

Voltando ao Le Canard enchaîné, que não vamos tentar imita, tem hoje uma tiragem de mais de 400 mil exemplares. Canard para além da sua acepção mais imediata – pato – significava na linguagem familiar, coloquial, francesa, várias coisas relacionadas com a imprensa – aquilo a que chamávamos uma «folha de couve» ou um «pasquim». Um dia havemos de narrar ou de vos recordar em que contexto social e político, surgiu em plena Grande Guerra um jornal satírico.

 

Hoje limitamo-nos a dizer que aqui estaremos já no próximo sábado às 2:00, com humor, amor, terror & etc. Por agora, ficamos com o humor de Agildo Ribeiro – uma lição de mitologia do Professor Aquiles Arquelau:

 

 

 

 

 

 

 

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