Diário de Bordo, 22 de Setembro de 2011


 

A crise económica, as proezas de Alberto João Jardim e os esforços de Pedro Passos Coelho para nos convencer que só nos está a fazer mal porque tem que ser, não nos devem fazer esquecer de outras coisas horríveis que vão por esse mundo fora.

 

Há muito que a questão da Palestina vem preocupando as pessoas mais conscientes. Mas muita gente encara a situação dos palestinianos como completamente desprovida de esperança. Uma bem encenada propaganda faz passar os seus menores esforços de resistência por terrorismo e fanatismo. Os governantes israelitas declaram-se prontos para conversações, mas ao mesmo tempo intensificam a implantação de colonatos nas terras onde ainda vivem palestinianos, na Cisjordânia, em Jerusalém e não só, deixando bem claro que querem a Palestina só para eles.

 

Neste momento, o governo de Mahmoud Abbas desenvolve intensa diplomacia nas Nações Unidas visando a admissão do Estado Palestiniano. Há quase a certeza de os EUA irão vetar esta admissão. A tentativa dos palestinianos é obviamente um esforço desesperado com o objectivo de criar um obstáculo mais firme que detenha a ocupação das terras onde vivem pelos colonatos israelitas.

 

Israel tem como grande objectivo estabelecer um estado confessional em toda a região. Não admite voltar às fronteiras de 1967, alegando motivos de segurança. Isso significa que quem não seguir a religião judaica terá de abandonar a Palestina, caso os sionistas consigam os seus objectivos. Será que realmente a situação dos palestinianos é completamente desprovida de esperança?

2 Comments

  1. Uma vergonha universal, meu caro João Machado. Um abominável crime de latrocínio, bem mais abjecto do que qualquer tipo de terrorismo. O pior dos terrorismos, a aniquilação dos direitos e da razão, bem ao gosto da américa

  2. Obama foi dizer para a Assembleia Geral da ONU que não é por atalhos que se resolve o problema israelo-palestiniano. Parole , parole , parole . Metáforas, metáforas, metáforas, neste caso. Queria ele dizer que não era por a Palestina passar a ter lugar no Conselho de Segurança (nem na Assembleia Geral os EUA estão dispostos a aceitar) que o caso se resolve. Pois não, já sabemos que, para Israel não se resolve nada por atalhos. Nem por estradas. Eles vão directamente pelo ar e resolvem o problema num instante.

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