agenda cultural de 31 de Outubro a 6 de Novembro de 2011

 

 

por Rui Oliveira

 

 

   1. Na Quinta 3 de Novembro, às 21h, no Grande Auditório da Fundação Gulbenkian, ainda dentro do ciclo “Outono Russo”, a Orquestra Gulbenkian dirigida pela maestrina Simone Young com o percussionista Pedro Carneiro (também compositor e chefe de orquestra) executam o programa “Visão do Divino” de que constam :

 

      Denisov –  Black Clouds, op.62

      Takemitsu – Cassiopeia

      Scriabin – Sinfonia nº 3, op.43 “Poema Divino

 

   O concerto repete-se na Sexta 4 de Novembro, às 19h.

   Para aqueles que não puderem ir, fica aqui a versão integral da Sinfonia de Scriabin.    

 

 

 

   

   2. Na Sexta 4 de Novembro, na Sala Principal do Teatro da Trindade estreia às 21h “Do Alto da Ponte”, de Arthur Miller (1955), pela primeira em Portugal na sua versão em dois actos. Diz o programa : “Os recentes acontecimentos na Inglaterra, com toda a conflitualidade que provocaram, nomeadamente com as comunidades imigrantes, forçam-nos a um paralelismo com este texto de Arthur Miller, fazendo-o ainda mais actual”.

   Numa encenação de Gonçalo Amorim, são intérpretes Aquiles Dias, Inês Pereira, João Miguel Mota, João Villas-Boas, Jorge Mota, Maria João Pinho e Paulo Moura Lopes. 

 

 

 

   3.  No Sábado 5 de Novembro, às 16h, há nova transmissão em directo da Metropolitan Opera de Nova Iorque, desta vez com Siegfried, a terceira parte do Anel dos Nibelungos de Richard Wagner, numa encenação de Robert Lepage. James Levine assume a batuta, enquanto Gary Lehman desempenha o papel principal e a Brünnhilde de Deborah Voigt é o seu prémio. Bryn Terfel faz de viandante. Cantam ainda Patricia Bardon, Gerhard Siegel e Eric Owens, além de outros figurantes.     

 

 

        Para uma antevisão da encenação de Lepage e da interpretação na primeira récita em Outubro de 2011 

 

   4. No Sábado 5 de Novembro, às 22h na Sala Principal do Teatro Maria Matos, Max Richter, o autor da música de A Valsa com Bashir de Ari Folman, apresenta  Infra, uma banda sonora banhada por intensos raios nostálgicos e gloriosa melancolia noturna”do que se acostumou apelidar de “nova música” ou “pós-clássica”, em que formas tradicionais … se glorificam por uma ideia idiossincrática de arrojo e modernidade”.  Acompanham-no  Louisa Fuller violino, Natalia Bonner violino, John Metcalfe viola, Philip Sheppard violoncelo e Chris Worsey violoncelo.     

 

 

 

   5. O IV Ciclo de Cinema Espanhol começa em Lisboa. Entre os próximos dias 2 e 7 de Novembro, o Cinema São Jorge e o Instituto Cervantes voltam a acolher o festival que, desta vez, também inclui a Cinemateca Portuguesa.

   Compõem esta IV edição 17 longas-metragens, de ficção ou documentário. O certame abre às 21h no Cinema São Jorge com a exibição do La Mosquitera (Globo de ouro no festival de Karlovy Vary, Espiga de Prata no festival de Valladolid, Antigone d’or 2010 no festival Cinémed de Montpellier), uma história sobre uma família acomodada, urbana, que vive confinada a um pequeno mundo que foi sendo construído em seu redor. A apresentar o filme do realizador Agustí Vila estará Emma Suárez, actriz principal da longa-metragem que conta também com a participação de Eduard Fernández e Martina García.   

 

 

(para a programação integral ver : www.ciclocinemaespanhol.com )

  

 

  

Cordas sobresselentes

 

 

 

 

   No campo da música erudita

 

 

   A 31 de Outubro, no Palácio Foz (Sala dos Espelhos) às 18h30, Nuno Oliveira dá um recital de cravo onde tocará música de John Bull (peças diversas da Música Britânica XIV e XIX) e  William Bird (cinco temas).

 

 

   No Quarta 2 de Novembro, a partir das 19 horas, realiza-se mais um Concerto Aberto da Antena 2 na Casa-Museu Dr. Anastácio Gonçalves. Desta vez marcarão presença os Machina Lirica Duo (Monika Streitová  flauta e Pedro Rodrigues  guitarra), com obras originais de compositores portugueses e espanhois para guitarra e flauta. (entrada livre condicionada à lotação da sala)

 

 

   Na Sexta  4 de novembro, às 21h, no Átrio Central da Caixa Geral de Depósitos (Lisboa) tem início o Festival Caixa Geral de Depósitos com um Concerto para Duas Orquestras (Orquestra Metropolitana de Lisboa e Orquestra do Algarve, direção musical  Cesário Costa) tocando :

        George Frideric Handel – Concerto a due cori em Si bemol maior, Op. 1, HWV 332

        Wolfgang Amadeus Mozart – Serenata em Ré maior, KV 286, Noturno

        Michael Tippett – Fantasia Concertante sobre um tema de Corelli

        John Marsh – Conversation Symphony, para duas orquestras

   No Sábado 5 de Novembro, no mesmo local e hora, a Orquestra Académica Metropolitana  (direcção musical : Jean-Marc Burfin) com a soprano Barbara Tritt tocarão árias de Gioachino Rossini , Stanisław Moniuszko e Karol Szymanowski além da Sinfonia n.º 45 em Fá sustenido menor, Sinfonia do Adeus de  Joseph Haydn.

   No Domingo 6 de Novembro, às 19h, a Orquestra de Sopros da Metropolitana (dir.: Reinaldo Guerreiro) tocará de Percy Fletcher  Feira de vaidades, de Adam Gorb  Danças ÍdichesI, de Alfred Reed  Danças Arménias (2.ª parte) e de Johann de Meij  Extreme Make-Over (metamorfoses de um tema de Tchaikovski).

        
        
   No Sábado 5 de Novembro, às 21h no Teatro Nacional de São Carlos, realiza-se um Concerto Sinfónico Liszt e Berlioz onde a Orquestra Sinfónica Portuguesa (direcção: Emmanuel Plasson) e a pianista Plamena Mangova tocarão de Hector Berlioz  O Carnaval Romano, op. 9 (Abertura), de Franz Lizt  Concerto n.º 2 para piano e orquestra, em Lá Maior e Fantasia húngara, S. 123 (Fantasia sobre Melodias Tradicionais Húngaras) e de Robert Schumann Sinfonia n.º 1, em Si bemol Maior, op. 38, Primavera.

 

   Lembremos que no Foyer do mesmo Teatro, a 31 de Outubro, às 18h, ocorrerá o último concerto da série A Europa de Liszt (entrada livre).

 

        
   No Sábado 5 de Novembro, às 16h na Biblioteca Nacional, a quando do lançamento do nº 4 da revista Glosas, órgão do MPMP (movimento patrimonial pela música portuguesa), haverá um concerto pelo Quarteto Lopes Graça (Luís Pacheco Cunha, violino, Anne Victorino d’Almeida, violino, Isabel Pimentel, violeta e Catherine Strynckx, violoncelo) onde serão tocados Catorze Anotações de Fernando Lopes-Graça e o Quarteto Op. 148 de António Victorino d’Almeida.

 

   A 5 de Novembro, às 21h30 na Igreja de São Roque, o Coro Regina Coeli de Lisboa e a Orquestra Filarmonia das Beiras (dir.: A.Vassalo Lourenço) tocarão Música para um Tempo de Meditação com peças de Gabriel Fauré (Cantique de Jean Racine e Requiem op.48) e Maurice Duruflé (Requiem op.9) com a participação de Francisco Lourenço soprano, Susana Santiago mezzo-soprano e Nuno Dias barítono.

 

   No Domingo 6 de Novembro, às 17h o Música em S.Roque 2011 prossegue na Igreja do Instituto de São Pedro de Alcântara com o Ensemble Vocal Introitus (dir.: Manuel Líbano Monteiro) entoando cantochão da “Época de Ouro da Polifonia Ibérica”.

        

 

 

   Na área de outras músicas

 

 

   A 31 de Outubro, no Grande Auditório do CCB às 21h, em Dia das Bruxas, o espectáculo Corvos 13 Anos assinala o lançamento do primeiro álbum de originais do grupo, intitulado Medo.

 

   A 31 de Outubro e 1 de Novembro, no Coliseu dos Recreios, às 22h, os Trovante (no início Luis Represas, Manuel Faria, João Gil, Artur Costa e João Nuno Represas), embora dissolvidos há vinte anos, voltam ao palco celebrar os 35 anos da sua criação.

 

   A 2 de Novembro, no palco da Sala Principal do Teatro Maria Matos, André Gonçalves, um dos mais talentosos artistas intermedia, apresenta Displaced acts of (un)related causality #1, em colaboração com a japonesa Tomoko Sauvage.

 

   A 2 e 3 de Novembro passam pelo Campo Pequeno os Gipsy King, no seu Tour 2011.

 

   Na Quinta 3 de Novembro, às 22h, no Pavilhão Atlântico, cantam Caetano Veloso & Maria Gadú, repetindo o encontro no palco do Citibank Hall, no Rio de Janeiro, que deu origem ao álbum “Multishow ao Vivo Caetano e Maria Gadu” de edição recente.

 

 

   A 3 de Novembro, às 23h30 no Teatro do Bairro, canta Janita Salomé no lançamento do Movimento AGROPOP de arte pop que priviligeia a representação do Portugal Rural.

 

   Na Quinta 3 de Novembro, às 21h30, no TMN ao Vivo (ex-Armazém F), Piers Faccini singer-songwriter de guitarra e harmónica apresenta o seu novo álbum “My Wilderness”.

 

   Também a 3 de Novembro, às 22h30, no Lux Frágil a banda The Antlers , indie-rockers nova-iorquinos liderados por Peter Silberman, estreia-se em Portugal tocando o seu 4º e último álbum “Burst Apart”.

 

   A 4 de Novembro, às 23h na Galeria Zé dos Bois, actua o duo de guitarra eléctrica e bateria Pedro Gomes e Gabriel Ferrandini. Antes toca o grupo americano de Portland Eternal Tapestry surgidos em 2005, dois anos após a explosão do free-folk.

 

   A 5 de Novembro, às 21h, Peter Frampton, conhecido guitarrista de rock, vem ao Pavilhão Atlântico comemorar os 35 anos do seu quinto álbum “Frampton Comes Alive“.

 

   No Domingo 6 de Novembro, no Teatro Tivoli às 18h, actua a The Original Glenn Miller Orchestra dirigida por Ray McVay, a qual, criada em 1988, tem mantido desde então a mesma formação sobre o palco (cinco saxofones, quatro trompetes, quatro trombones e três percussões, além de um vocalista masculino e outro feminino). Associada ao grupo vocal The Moonlight Serenaders e à formação de jazz The Uptown Hall Gang, constroem um espectáculo que é uma “viagem à época dourada do swing”.

 

 

 

No campo do teatro e dança

 

 

 

   No Teatro Municipal São Luiz, a 4 e 5 de Novembro, às 23h30, integrado no Festival Temps d’Images, apresenta-se Ping sobre um texto de Samuel Beckett, com música de Vasco Mendonça e vídeo de Sandro Aguilar, numa interpretação de Joana Manuel (voz) e Orchestrutopica. Diz-se na apresentação : “Sendo um dos mais fascinantes textos crepusculares de Beckett, é um objecto enigmático, que desafia mecanismos habituais de compreensão: setenta frases sem verbos e com poucas palavras; processos combinatórios de de(re)composição da linguagem; um narrador/consciência narrativa encarcerado num espaço de clausura nunca nomeado, nunca descrito, apenas medido: ‘one yard by two’ …  Por essa razão, a peça Ping – para recitante, 5 instrumentos e vídeo – não pretende ser uma chave de interpretação do texto Ping: a fixação de um significado seria a sabotagem do laborioso esforço de dissimulação de Beckett, e uma subversão da urgência e do risco do seu teatro…

 

 

 

 

 

  No Sábado 5 de Novembro, às 21h30, no Auditório do Museu do Oriente, pode ver-se Sole to Soul, uma produção de dança clássica indiana khatak. Inspirada nas tradições dos contadores de histórias da Índia, no misticismo do Sufi e na paixão dos formatos musicais islâmicos e da música persa,  é, segundo o programa “uma experiência, de certa forma, espiritual e, de certa forma, estéticaque começa na raiz do corpo das bailarinas, os pés, para alcançar a alma da audiência”. Intervêm Lajja Sambhavnath (coreografia e interpretação a solo), Paulo Sousa (sitar), Raimund Englehardt (tabla) e bailarinas da Comunidade Hindu de Portugal. 

 

 

 

No campo de debates, colóquios e outros encontros culturais

 

 

 

   Na Terça 1 de Novembro, o CCB consagra o dia à exploração da obra de António Tabucchi, escritor bilingue (em italiano e em português), especialista e tradutor de Fernando Pessoa. Haverá a leitura de excertos da sua obra por Teresa Patrício Gouveia, Rita Duarte, José Guardado Moreira, José Blanco, António Mega Ferreira, em particular “Noturno Indiano” por Pedro Lamares e, às 17h15, a projecção do filme de Fernando Lopes O Fio do Horizonte (1993), inspirado num romance de Tabucchi. 

 

 

 

   Na Fundação Calouste Gulbenkian, de 3 a 4 de Novembro das 10h às 19h, decorre o Colóquio Internacional  Ruy Belo : Homem de palavra[s] nos 50 anos da publicação de Aquele Grande Rio Eufrates.  Aberto a estudiosos da obra de Ruy Belo, mas também a especialistas da poesia portuguesa do século XX e da teoria e crítica literárias, este encontro pretende pôr em relevo os múltiplos problemas que a sua poesia coloca, os universos de referência e o seu lugar no panorama da poesia contemporânea. Após intervenções, entre outros, de Gastão Cruz, Clara Rowland, Nuno Júdice, Fernando Pinto do Amaral, Vasco Graça Moura, há leitura de poemas por Luis Miguel Cintra e Rita Blanco e uma palestra de encerramento por Eduardo Lourenço.

 

 

 

   Na Culturgest, de 4 a 6 de Novembro , é organizado, em conjunto com o Centro de Estudos de Sociologia e Estética Musical [CESEM], o simpósio Tempo, Espaço, Intencionalidade: nos 70 anos de Emmanuel Nunes. Emmanuel Nunes desenvolveu uma linguagem centrada no fenómeno sonoro em si mesmo, entendido como ‘aparição’ profunda – única e singular. Ao longo da sua obra três elementos emergem como referências fundamentais: a reflexão sobre o tempo, a atenção dada ao espaço, e a ideia omnipresente de intencionalidade, tanto da escuta como da composição. Dedicado a estes três temas, o  simpósio aprofundará a reflexão sobre a obra de Emmanuel Nunes , o qual intervirá no encerramento. 

   Haverá, em particular, a 4 Nov às 21h La Douce (Projecção DVD), um teatro musical para dois actores, soprano, contratenor, ensemble e live-electronics (2008/09) pelo Remix Ensemble com libreto de Emmanuel Nunes  baseado no conto “La Douce” de Dostoiévski.

 

 

Semana não muito rica, caros leitores, mas é o que os meios permitem …

Na próxima chamaremos a atenção para múltiplas exposições que se aprestam a encerrar, desde artísticas a científicas, um pouco por toda esta cidade.

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