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DIVULGAÇÃO
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Texto do autor
Infelizmente ou felizmente, nós os autores, também temos de ter um papel na comercialização do livro.
Anexo prefácio do livro bem como a imagem da capa, do meu recente livro.
Nós nos Açores, tentamos que a insularidade não seja um mal mas um bem a aproveitar, daí que todo o apoio é bem vindo
Aos interessados , junto o link da minha página http://www.robertojesusreis.eu para que me possam contactar e se desejarem, adquirir o livro.
Roberto Jesus Reis
Apartado 1470
9501-802 PONTA DELGADA
Tlm: 919 243 190 – 910 152 227(extreme)
Prefácio para o Livro Ilhéu Navegante de Roberto Jesus Reis
O PREFÁCIO QUE NÃO DEVIA EXISTIR
Por Pedro Chagas Freitas
Esculpir, moldar: exigir. Foi isso o que o Roberto fez nesta obra. Uma obra que ultrapassa a fronteira das palavras – e que se faz arte. Arte da verdadeira: daquela que, mesmo vindo da alma, vem do corpo. Alma com corpo. Alma com uma pessoa dentro. A alma que vai com cada leitor adentro.
Há um Eu que se abre. Há um Eu que se entrega ao tu que lê. E que, ao ler, se arvora – mesmo que não queira, mesmo que doa, mesmo que sofra, mesmo que chora ou ria ou pene – no Eu que se escreve. No Eu que se inscreve, tantas vezes em ferro em brasa na pele vadia, no texto: nos bastidores do texto. Há um Eu que se faz tudo – e que se mostra, esparramado em forma de verso, nada. Absolutamente nada. E é isso, absolutamente nada, tudo aquilo que a arte nos faz sentir: nada para além de um espaço de cumplicidade, de partilha. Nada para além de uma folha em branco, onde a vida de cada palavra se faz nós. Nós bem atados, bem profundos. Os nós de cada um de nós.
É tempo de esquecer estas palavras, de esquecer todas as palavras do mundo. Esqueça tudo o que ouviu, tudo o que leu. Esqueça tudo. Abra-se para o que aí vem – para as páginas que aí vêm. Abra-se para as lágrimas que, se se abrir, vai chorar: vai ter de chorar; abra-se para os sorrisos que, se se abrir, vai sorrir: vai ter de sorrir; abra-se para a ansiedade, para a angústia, para a pulsão, para a tensão, para a emoção, para a sensação – abra-se para não dizer não. Não diga não a quem se abre assim – a quem se é assim. A quem só sabe ser-se assim. Assim: com medo de avançar – mas a avançar; com medo de sofrer – mas a sofrer; com medo de ter medo – mas a ter medo. Porque tem de ser. Ter medo tem de ser, sofrer tem de ser, avançar tem de ser. Porque – nada mais simples – viver tem de ser. O Roberto prova, neste livro, que também as letras – as suas – têm de ser.
Não sou de elogios fáceis. Nem sequer sou de elogios difíceis. Contam-se pelos dedos de uma só mão os prefácios que assinei – e não foi (feliz ou infelizmente) por falta de convite. Este livro merece o meu prefácio. Melhor: este livro nem sequer merecia qualquer prefácio – tal é a força que, por si mesmo, transpira por cada espasmo de frase, por cada caminho de onda. Este livro não merecia um prefácio – merecia, isso sim, que o leitor pegasse nele e, sem pensar, o devorasse como se devora a vida. Este livro merecia aquilo que ainda merece: que esqueça tudo o que leu (inclusivamente este prefácio) e que se abra para ele como ele se abre para si. 1, 2, 3. Vá. Vai ver que vai voltar – mas bem diferente daquilo que foi. Até já.