PEDAGOGOS PORTUGUESES 2 – MARIA IRENE DA COSTA LEITE por clara castilho

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Maria Irene da Costa Leite (1911-1996), formada em Ciências Histórico-Naturais e Farmácia, cedo se interessou pela psicologia e pedagogia. Estudou no Instituto de Ciências da Educação em Genebra, sob a orientação de Edouard Claparède de Jean Piaget. De regresso a Portugal, assumiu a disciplina “Pedagogia de anormais” no Instituto Aurélio da Costa Ferreira, em Lisboa, criado em 1930 como Curso de Habilitação para o Magistério de Anormais. Em 1964, sucedeu a Vitor Fontes na direcção do Instituto, onde permaneceu até 1975.

Teve grande participação em reuniões internacionais, tendo presidido ao Conselho do Bureau International de l’Éducation em q959 e 1960. A partir de 1967 leccionou a disciplina de  “Pedagogia e Didáctica” no curso de ciências pedagógicas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Pelos estudiosos da história da educação em Portugal no último século a sua “importância deve-se à sua acção como investigadora e como dinamizadora de iniciativas ligadas ao desenvolvimento da médico-pedagogia e da educação especial”, organizando as classes especiais a partir do Instituto que dirigia, assim como na formação de professores. Teve, igualmente, um papel relevante no aprofundamento das técnicas de diagnóstico psicológico.

O Instituto António Aurélio da Costa Ferreira, a partir de 1945 devia dedicar-se à “tríplice função de seleccionar e
classificar as crianças anormais, de preparar e orientar o pessoal docente e técnico….assegurar o tratamento e ensino convenientes e de promover estudos de investigação médico-pedagógica e de psiquiatria infantil.”

  

Para Maria Irene da Costa Leite, a educação profissional dos deficientes mentais era uma forma de socialização avançada, assim como reabilitativa, devendo prepará-los  para a vida activa e para uma profissão profissional.

Deu também uma atenção especial à relação entre a escola e a família.

 

Se hoje nos choca a expressão “crianças anormais”, era a expressão utilizada e foi no Instituto Aurélio da Costa Ferreira que se formaram e trabalharam muitos técnicos que vieram, eles próprios a fazer a sua própria evolução, fruto de novos conhecimentos.

Retirado dos textos de “O Dicionário de
Educadores Portugueses
”, ASA, 2003.

 

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