(Conclusão)
Uma pessoa pobre em 2009 dispõe de um nível de vida inferior a 954 euros mensais.
A taxa de pobreza monetária é definida como a proporção de pessoas com um nível de vida abaixo da linha da pobreza. Este limite é calculado a partir do nível médio de vida: é um conceito relativo. É este limite de 60% do nível de vida medianoque é preferido na Europa e na França. Corresponde a um nível inferior de vida a 954 euros por mês em 2009. Em comparação, a basedo RSA eleva-se a455 euros para uma pessoa só. A taxa de pobreza assim calculada atinge 13,5% em 2009 e8.2 milhões de pessoas vivem abaixo deste limiar, em 2009, das quais metade vivecom menos de 773 euros por mês.
A taxa de pobreza em 60% do rendimento mediano aumentoude 0,5 pontos entre 2008 e 2009, para retornar a assumir uma taxapróxima da de2007. Além disso, relativamente aolimiar da pobreza, as pessoas pobres têmhoje um nível de vida muito menor do que em 2008… De facto, a intensidade da pobreza, que mede a diferença entre o nível de vida medianodas pessoas pobres e o limiar de pobrezapassa de 18,5 para 19%.
Em 2009, 10,1% dos activos tendo pelomenos 18 anos de idade são pobres ou seja 2,8 milhões de pessoas. Mesmo sea taxa de pobreza dos desempregados diminuiu 1,1 ponto relativamente a2008 e a dos assalariados ocupando um emprego permanece relativamente estável, a situação deteriorou-se para o conjunto de todos os activos, uma vez que a proporção de pobres entre estesúltimosfoi de 9,5% em 2008. O forte aumento do número de desempregados, que estão entre os mais fortemente afectados pela pobreza, é a explicação paraesta evolução.
No entanto, em 2009, a taxa de pobreza diminuiu para a população desempregada, que é modificada com a crise: mais velhos e mais qualificados do que os desempregados em 2008, o montante do seu subsídio de desemprego é superior. Além disso, os desempregados passou por períodos de emprego beneficiado pela primeira vez no complemento de renda induzida pela RSA.
No entanto, em 2009, a taxa de pobreza diminuiu para a população desempregada, população esta que semodificoucom a crise: população mais velhae de mais qualificados do que os desempregados em 2008, o montante do seu subsídio de desemprego é superior. Além disso, os desempregados que terão passadopor períodos de emprego puderam beneficiar pela primeira vez no complemento de rendimento induzidopela RSA.
No grupo das pessoas ocupando um emprego são os trabalhadores independentes que são mais afectados pelo aumento da pobreza: a sua taxa de pobreza passa de15,3% para 16,9% entre 2008 e 2009. De uma formageral, as crises têm um impacto mais forte sobre os seus níveis de vidado que para as outras categorias devido ao facto de queuma maior sensibilidade dos seus rendimentos às condições económicas de momento. Em euros constantes, o nível de vida mediano dos não assalariados, os trabalhadores independentes,descede0,8%, enquanto que o dos assalariados aumentade 1,4%. O nível de vida mediano dos reformadosaumentade 1,3 % em euros constantes em2009. A sua taxa de pobreza é estável, em9,9 %.
Notas à margem:
1. Em Paris
ARIS – Entre 12 a15 milhões de pessoas têm dificuldade emter dinheiro até ao final do mês, considera o Presidente do Conselho Económico, Social e Ambiental (CESE),Jean-Paul Delevoye, numartigo a ser publicado na quarta-feira em Le Parisien. “A França está sempre numa situaçãode desgaste mental e a crise inevitavelmente acentua esse sentimento”. “Há hoje12 a 15 milhões de pessoas para quem o fim de cada mês se vivem com um a quantia em dinheiro entre 50 a150 euros”, afirmou. Segundo o Insee, a França metropolitana tinha 8,2 milhões de pessoas a viverem com menos de 954 euros por mês em 2009 -o limiar de pobreza, contra 7,8 milhões em 2008. “Fizemos confrontaçõescom o número de pessoas tratadas pelascomissões de endividamento, dos descobertos bancários, das deduções de salários, dos créditos renováveis, etc. “, explica. Delevoye. “Isso provavelmente leva-nos a considerarque estaremos possivelmente com o valor entre 12 e 15 milhões de pessoas que têmfins de mêsextremamente difíceis”.
2. Em Roma
Monti interpela a União Europeia, a eurozona estável A UE deve recompensar os esforços de Itália para combater a crise da dívida sob pena de ver o país cairnas mãos de populistas anti-europeus, disse Mario Monti, naquarta-feira ao diário alemãoDie Welt.
“O problema é que, apesar destes sacrifícios, não vemos concessões por parte da UE, sob a forma de taxas de juros mais baixas,” afirmou Monti.O sucessor de Silvio Berlusconi, que se reúnecom a Chanceler alemã Angela Merkel em Berlim na quarta-feira, procura uma resposta coordenada dos países da zona euroface à criseda dívida da zona euro e um plano coordenado a favor do crescimento.
No dia 12 de Janeiro Eurointelligence informava:
Depois de sua conversa com Angela Merkel, Mario Monti foi consensual e assegurou à chanceler alemã que a Itália não apresentava nenhum perigo de contágio para a zona euro, devido às suas reformas. Mas na entrevista ao Die Welt, Monti advertiu: “Se os italianos não vêem quaisquer resultados tangíveis da sua disponibilidade para a consolidação e as reformas num futuro previsível irão surgir os protestos contra a Europa na Itália, também contra a Alemanha, que é encarada como o líder da intolerância na União Europeia e contra o Banco Central Europeu. “Monti não entrou em detalhes sobre o que estava exactamente a pedir, mas os seus comentários podem ser encarados como uma ameaça velada para a Alemanha e para o BCE para que se intervenha mais fortemente nos mercados a fim de reduzir drasticamente os spread nos mercados financeiros.