O Instituto de Apoio à Criança, num trabalho do seu sector de Actividade Lúdica, com autoria de Ana Lourenço, Leonor Santos e Vera Abecassis, publicou o trabalho “Portugal, 30 anos de ludotecas que pode ser consultado em
http://www.iacrianca.pt/images/stories/pdfs/actividade_ludica/ludotecas_portugal_fim.pdf.
Realçam:
“A história das ludotecas em Portugal é indissociável da história do Instituto de Apoio à Criança (IAC), fundado em 1983. Nesta época os sócios fundadores desta Instituição consideravam que um dos direitos da criança mais ignorado era o “Direito de Brincar”. Assim, o IAC, pioneiro em Portugal no trabalho da actividade lúdica, continua a ser a instituição que mais tem apoiado a criação, evolução e expansão do movimento ludotecário em Portugal. (…)
Situar o início das ludotecas em Portugal parece um passado distante mas, na verdade, antes de Abril de 1974 o movimento das ludotecas era impensável no país já que implicava ideias e ideologias de carácter universalista.
A partir do ano de 1979, primeira comemoração do “Ano Internacional da Criança” em Portugal, começam a surgir alguns apoios para oficinas de crianças, centros de ocupação de tempos livres, espaços lúdico-criativos, etc. No entanto foi-lhes dado o pior que estava disponível, nomeadamente esconsos e caves.
Nesses tempos foi preciso colocar os materiais na dispensa e trabalhar na rua. Mas a verdade é que esses movimentos precursores marcaram a diferença. A história das ludotecas em Portugal é indissociável da história do Instituto de Apoio à Criança (IAC), fundado em 1983. Nesta época os sócios fundadores desta Instituição consideravam que um dos direitos da criança mais ignorado era o “Direito de Brincar”. Assim, o IAC, pioneiro em Portugal no trabalho da atividade lúdica, continua a ser a instituição que mais tem apoiado a criação, evolução e expansão do movimento ludotecário em Portugal. Inicialmente, este movimento restringia-se a iniciativas isoladas, desenvolvidas por pessoas interessadas em pontos específicos do território como Évora, Lisboa, Viana do Castelo e Castelo Branco. Com a criação do IAC inicia-se um programa específico de implementação, divulgação e promoção dos espaços lúdicos e da sua importância no desenvolvimento da criança”.
Contudo, encontramos desafios no sentido de intensificar e reforçar o papel social de relevo que as ludotecas desempenham na comunidade. Esta ratificação passa, no nosso entender, por dois aspetos ainda inexistentes em Portugal: o reconhecimento da profissão “ludotecário” e a autenticação legal de “ludoteca” enquanto espaço específico, com finalidades e funções concretas.
Para a concretização destes dois objetivos, consideramos essencial a instituição de um documento em Portugal que sistematize as linhas orientadoras, definindo os conceitos e critérios para a concepção, organização, avaliação e funcionamento destes espaços, através de pressupostos gerais e requisitos mínimos”.