
VAMOS AO CINEMA
O filme foi visto em salas de cinema, passou também na RTP 2, juntamente com outro seu filme, de 2006, “Fora de Jogo”, sobre um grupo de raparigas que adoram futebol e que, num país onde as mulheres estão proibidas de entrar nos estádios, tentam ver por todas as maneiras um jogo decisivo para o apuramento ao Mundial de 2006. Uma delícia!
Pois, o “Isto não é um filme”, vi-o calmamente em casa. Não sendo imagens “bonitas” de ser ver, o seu circular por duas salas, o ar desalentado e quase sem alternativas, fui revendo outras situações pessoais e colectivas, sentido crescer em mim a inquietação. A liberdade de expressão? A capacidade de romper barreiras de censura?
Panahi vai descrevendo como faria o filme, onde colocaria as personagens, o que elas diriam. E desespera-se: “Se pudéssemos contar um filme porque faziamos filmes?”
No que diz respeito à sétima arte é esta a questão.
No que diz respeito a liberdade de expressão, é a proibição de filmar e de se expressar. Um problema universal.