Pentacórdio, 6 de Abril de 2012, por Rui de Oliveira

 

 

 

   Na Sexta-feira, 6 de Abril sugerimos, por exiguidade de outra oferta, uma (re)conciliação com o novo cinema português, actualmente até internacionalmente premiado, optando por ver um dos três em exibição (e que pessoalmente ainda não vimos) deixando de lado “Swans” de Hugo Vieira da Silva/Heidi Wilm, um filme algo hermético sobre um universo caracteristicamente berlinense :

 

   − ou “É na Terra, não é na Lua”, um documentário de Gonçalo Tocha (com Dídio Pestana nos sons) que é o resultado final do esforço de um cineasta fascinado com a ideia de conhecer e registar visualmente a vida de um dos mais remotos pontos de Portugal, a ilha do Corvo – longínqua e distante até mesmo para os habitantes de São Miguel, ilha também açoriana que o cineasta lisboeta visitava com alguma frequência. Afirma : “A ideia também era recuperar um pouco de uma história que está mais ou menos perdida, que está cheia de buracos para ser preenchidos, cercada de mitos, o que também nos permite fantasiar”, observando “O desafio de tudo isto foi ser aceite, conquistar as pessoas” e acrescenta que após mostrar o filme aos habitantes do Corvo “admite mudá-lo conforme as críticas que receber”.


   Teve uma menção especial no Festival de Locarno e veio vencer o Grande Prémio do Doc Lisboa 2011. Eis o trailer:

 

 

 

 − ou “Tabu” de Miguel Gomes (a que aqui já fizémos referência em Fevereiro passado) que obteve em Berlim o prémio Alfred Bauer para o filme “mais inovador”, destacado pela revista “Sight and Sound”. Esta terceira longa metragem de Miguel Gomes (após “Aquele querido mês de Agosto”) centra-se numa história de amor passada em África, tendo como intérpretes principais Teresa Madruga, Laura Soveral, Ana Moreira e Carloto Cotta.


 

   Eis um excerto:

 

 

 

 

  − ou “A Vingança de uma Mulher” de Rita Azevedo Gomes, uma adaptação de um dos contos de Les Diaboliques de Barbey d’Aurevilly que narra como a duquesa de Sierra-Leonne, para se vingar do marido que lhe havia morto o amante com requintes de crueldade, se tornou prostituta a fim de encharcar em lama a honra do duque. Tudo preservando a narrativa pela própria duquesa num monólogo “demencial” sem que se mostre louca, antes friamente racional, e numa interpretação magnífica (dizem) de Rita Durão. Diz um crítico (V.C.) : “… não é apenas uma história que é narrada, mas uma aprendizagem visual, sentimental, existencial através de patamares de naturalismo e artifício; educação e logro, até ao encarnado(referência ao tom vermelho dominante). Nada de arqueológico; pelo contrário, é experiência, é sensual…”.


  É este o filme-anúncio (onde participam também Isabel Ruth, além de Fernando Rodrigues, Francisco Nascimento, João Pedro Bénard, Hugo Tourita, Marie Carré e Manuel Mozos) : 


 

 


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