Maria Inês Aguiar Sílaba da paz sem idade
(Adão Cruz)
Que nasçam armaduras do silêncio
fúria de sangue e de pedra
que se levante uma muralha
voz de povo voz de terra
Que do desespero nasçam asas
força de gente cravo de fome
que se ergam punhos de brasas
punhais de aço com nome
Que se despertem todas noites
e se escrevam madrugadas
que se inventem novas rotas
e se fecundem alvoradas
Que se levantem as âncoras
deste tempo despojado
que nasça o homem novo
do velho homem curvado
Que nasça do ventre da hora
o rascunho da ilusão
que se chamem as palavras
páginas de vida em cada mão
Que se faça um filho à liberdade
sílaba da paz sem idade!
Augusta, obrigada pela lindíssima escolha do José J. Letria.Este país adormecido tem que ser acordado…um beijo muito grande e muito obrigada pelo post.
Um poema da Hélia Correia.
Conhecia muito bem o poema, confesso que já não me lembrava de quem era. Já tinha procurado esta música e tu trouxeste-ma. Um abraço de gratidão
Veio-me de repente à memória, sabes? Tive este disco em vinil.