Na Segunda-feira, 16 de Abril, o jejum, mesmo não canónico, ainda persiste pelo que a nossa sugestão, conquanto algo diabólica, é o filme “L’Enfer” (“O Inferno”, 1993) de Claude Chabrol no ciclo sobre este realizador que o Institut Français de Portugal actualmente organiza, o qual será ali exibido às 19h com entrada livre.
Aquele que é considerado “um dos mais singulares e perturbantes filmes de Claude Chabrol” (Manuel Cintra Ferreira, in Folhas da Cinemateca Portuguesa) teve como argumento um texto original de Henri-Georges Clouzot, música original de Matthieu Chabrol e a interpretação de Emmanuelle Béart, François Cluzet, Marc Lavoine e Thomas Chabrol, entre outros.
Como tema : “Paul acaba de comprar e de remodelar o hotel de charme onde ele próprio trabalhou. Casa-se com Nelly, uma das raparigas mais bonitas da região, e rapidamente têm um filho. Tudo seria perfeito, se não fossem as prestações do empréstimo, a concorrência e essa estranha propensão de Nelly para ser agradável, sobretudo com os homens.” É, diz o crítico M.C.F., “O retrato da loucura de um homem que já não sabe o que faz. Como ele, também o espectador se interroga sobre o que de facto está a acontecer. O processo de que Paul é vítima não tem fim. Logo, o filme também não…
Pode ter-se a percepção do clima do filme neste extracto:
Para os cinéfilos não pode omitir-se que o autor do 1º argumento, o também notável realizador Henri-Georges Clouzot, chegara a fazer em 1964 as primeiras duas semanas das dezoito previstas do seu projecto de L’Enfer com Romy Schneider e Serge Réggiani nos principais papéis. A doença do realizador e do actor impediram a sua conclusão mas um trailer foi mais tarde preparado sobre esse projecto abortado. Ei-lo:
Foi mesmo tentada a “reconstrução” do filme como bem explica o co-realizador Serge Bromberg numa entrevista que os mais curiosos poderão ver aqui.