CAPÍTULO III – Operacionalidade
Quando a Companhia de Caçadores 3323 saiu de Lisboa, era uma Companhia Independente e, como já foi dito, passou a adir ao Batalhão de Caçadores 3830. Tendo esta Companhia sido colocada no Mutumbo, com uma zona de acção com um raio de 180 km, começou logo a fazer Operações e Acções, quer de patrulhamento, quer de reconhecimento ofensivo. No segundo trimestre de 1971 a calma continuava e sabia-se de antemão que os turras não queriam estabelecer contacto de qualquer natureza com a Companhia. Sempre que uma operação era levada a efeito, tendo como objectivo o assalto a acampamentos inimigos, os resultados eram sempre infrutíferos porque estes acampamentos encontravam-se sempre abandonados.
Mas, esta calma não poderia durar sempre e, a Companhia começou então a ter as primeiras notícias do Inimigo, pois já no final do ano de 1971 foram detectadas as primeiras minas, quer anti-pessoal, quer anti-carro. Foi no decorrer da Operação “Fortes” que as Operações passaram a ter um desenrolar diferente, na medida em que as nossas tropas andavam já demasiado confiantes de que os turras jamais as atacariam e, acreditavam mesmo na lenda que dizia que os turras temiam demasiado os militares madeirenses e açorianos. É certo que criaram um grande prestígio em combate devido ao seu carácter rude, sanguinário e vingativo. Todas estas qualidades eram vistas nos militares madeirenses desta Companhia e deviam-se ao facto da pouca evolução, instrução e educação.
Mas, foi no decorrer da Operação “Fortes” que foram detectadas 6 minas anti-pessoal PMD-6 e posteriormente levantadas pelo Furriel Borges de Oliveira. Isto deveria criar talvez um certo receio nos homens da Companhia, mas, aconteceu exactamente o contrário. Estas minas vieram a animar os homens da Companhia (atiradores) e, segundo o que se ouvia, diziam andar fartos de Operações sem êxito. Eles estavam desejosos de combater e era com frequência que se ofereciam voluntariamente para actuar em operações.
Foi durante o ano de 1972 que as suas façanhas vieram na realidade a ter grande êxito, através de Operações que a seguir nomearei, o que levou Sua Excelência o Brigadeiro comandante do Sector do Bié, a louvar a Companhia. Os homens desta Companhia passaram então a ser conhecidos pelos BRAVOS DO ALTO CUANZA, que foi um nome merecidamente ganho.
Seguiu-se a Operação “Feitiço” em que foram detectadas e levantadas mais duas minas TMD-8, mas desta vez anti-carro. Entretanto os nossos homens começavam a acusar fadiga, porque a maioria deles passava 15 a 20 dias na mata durante o mês. O comandante da Companhia começou então a mandar Notas e Relatórios Médicos para o Comando do Sector do Bié, dizendo que a Companhia tinha 60% do pessoal inoperacional, mas a resposta do Comando nunca chegava pois, segundo o Estado-Maior, era necessário que se cumprisse o Plano de Actividade Operacional. Compreende-se que a saúde dos militares em campanha pouco interessava ao Estado- Maior na medida em que só necessitava desses homens durante dois anos, como uma vez disse o comandante do Batalhão, tenente-coronel Azevedo Coutinho, a quem as tropas apelidavam de Zé do Quico.
E assim se ia cumprindo a actividade operacional, embora com um aumento apreciável de evacuados, por motivos de não suportarem já as rações de combate que, a pouco e pouco, iam danificando o estômago, causando úlceras do duodeno aos nossos militares.
Durante a Operação “Passo em Frente”, depois de ter havido a primeira troca de tiros, foram capturadas uma granada de mão ofensiva F-1, 200 cartuchos 7,9 e 405 cartuchos 7,62.
Na Acção “Embuçar 6”, mais uma mina anti-pessoal PMD-6 foi detectada e levantada.
Durante a Operação “Passo em Frente” foi construído um novo aquartelamento a 90 km da Companhia, junto à nascente do Rio Cuvelai. Este aquartelamento passou a ter o nome do rio e foi nele instalada a Companhia de Caçadores 202. Foi também numa escolta a esse aquartelamento que foi detectada e levantada outra mina PMD-6.
Muita verdade eu era 1 cabo carvalho c caç3323eu aconpanhava o furriel oliveiriha em todas essas operaçao e patrulalhase velontario sempre que fosse precise estava la com o furriel oliveira eu ademirava mesmo ele sempre a 100 por cente gostava de o aconpanhar nao sentia eramos muito unidos ,um grande abraço
Boa tarde. se possível, gostaria de saber quem é o autor desta narrativa e se a viveu na primeira pessoa ou de onde obteve toda esta informação. O meu pai pertenceu a esta companhia e foi, com certeza, um dos participantes das ações mencionadas.
Porque recordar é Viver!