por Rui Oliveira
No Sábado 16 de Junho, vem à Sala Atlântico do Pavilhão Atlântico, às 21h30, o tenor José Carreras, uma das vozes importantes do canto lírico mundial, para um concerto exclusivo de comemoração dos 75 anos da Rádio Renascença.
O cantor será acompanhado pela Orquestra Sinfonietta de Lisboa, dirigida pelo Maestro David Jimenez (Carreras), seu sobrinho. A jovem fadista Carminho divulgou entretanto que subirá também ao palco para cantar com José Carreras.
Também no Sábado 16 de Junho encerra no Jardim de Inverno do Teatro São Luiz o “Festival para um instrumento : a Flauta” com dois concertos, após uma mesa redonda À Imagem de Pã que reunirá às 16h os participantes no Concurso de Jovens Flautistas 2012 com outros assistentes e convidados.
No Jardim e Foyers do Teatro, às 18h, haverá recitais múltiplos de música de câmara dados por Quartetos de Novos Flautistas das Escolas da Metropolitana, todos de entrada livre.
Às 19h, o flautista inglês William Bennett, convidado do Festival para uma Masterclass, dará um Recital de Flauta e Piano em que se fará acompanhar pelo pianista russo Alexei Eremine, tendo como convidados especiais os jovens flautistas Nuno Inácio, Ana Macedo e Kayoko Minamino. Do programa do concerto fazem parte :
Wolfgang Amadeus Mozart – Sonata para Flauta e Piano em Lá maior, KV 305
Mel Bonis – Sonata para Flauta e Piano
Clifford Benson – Tango Variations
Ian Clark – Touching the Ether
Francis Poulenc – Hommage a Piaf
Heitor Villa-Lobos – Assobio a jato
Paul Bonneau – Divertimento para Quatro Flautas e Piano
William Bennett − que não só integrou as principais orquestras britânicas como se destacou como solista tendo já gravado mais de três centenas de obras − possui uma sonoridade que se distingue bastante para lá da vertente técnica pela vasta paleta de timbres, dinâmicas e variantes expressivas. É disso exemplo este registo duma Sonata do programa, a de Mel Bonis, onde surge como acompanhante a pianista inglesa Helen Crayford :
Ainda no Sábado 16 de Junho e integrado nas Festas de Lisboa’12, começa no Centro Cultural de Belém, sua sede principal, o “Festival Coral de Verão”, concebido para que grupos corais de todo o mundo participem e compitam, actuando em conjunto sob a liderança de um painel de cinco directores internacionalmente reconhecidos juntando ao seu director artístico, o maestro Paulo Vassalo Lourenço, Eugene Rogers (EUA), Werner Pfaff (Alemanha), André van der Merwe (África do Sul) e Lim Ai Hooi (Singapura).
Abrirá com um acontecimento único em Portugal.
No Grande Auditório do CCB, às 21h30, assistir-se-á à primeira audição portuguesa da edição revista por Robert D. Levin do Requiem, KV 626 de W.A. Mozart, a qual procura solucionar alguns dos enigmas que esta partitura encerra e revê alguns aspectos da orquestração que foram claramente negligenciados por Süssmayr. A não perder…
Serão intérpretes, além do Coro de Câmara da Escola Superior de Música de Lisboa e do One Chamber Choir (Singapura), a Orquestra Filarmonia das Beiras (sob a direcção de Paulo Lourenço) e os solistas Xiang Ting Teng soprano, Joana Nascimento contralto, João Rodrigues tenor e Manuel Rebelo barítono.
Por curiosidade ouça-se o Introito ao Requiem na sua edição clássica pelo Coro e a Academia de St. Martin in the Fields dirigidos por Sir Neville Marriner :
e por contraste o mesmo Introito ao Requiem na edição revista por Robert Levin pelo Coro e Orquestra da Stanford University dirigidos por Nick Hersh :
No Instituto Franco-Português, a mostra de cinema e cultura africana ÁFRICA MOSTRA-SE ! chega ao fim neste Sábado 16 de Junho, numa sessão que se inicia às 11h com uma Hora do Conto para os mais pequenos através da leitura de contos africanos, em francês, ao mesmo tempo que, das 11 às 12h30, se desenrola um Workshop de dança africana de fusão com acompanhamento musical, orientado por Alexandra Abelha.
Mais tarde, há duas projecções cinematográficas de entrada livre.
Às 19h, exibe-se o filme “Mahaleo” (Madagascar/França, 2005) de César Paes e Raymond Rajaonarivelo, um documentário sobre os sete músicos do grupo Mahaleo, inventores do Blues malgaxe que sempre recusaram o “show-business” (não significasse “Mahaleo” em língua malgaxe liberdade, independência e autonomia …) − músicos que são também cirurgiões, médico, agricultor, sociólogos ou deputados, dizendo-se que as suas canções levaram o povo a fazer a revolução de 1972.
É este o filme-resumo :
Às 21h, é a vez de “Tilaï” (A Lei), de Idrissa Ouedraogo (BurkinaFaso/França, 1990) que recebeu o Grande Prêmio do Júri de Cannes em 1990.
Nesta história de amor e de honra, é a transgressão dos usos em nome da liberdade e da felicidade individual que está em causa. Saga volta à aldeia após dois anos de ausência. Ao descobrir os últimos acontecimentos, ele não aceita o novo casamento do seu pai com a sua namorada, Nogma, que Saga continua a amar… Transgredindo as leis, Saga revê Nogma às escondidas…
Eis o trailer do filme :
Num Domingo 17 de Junho de novo parco em acontecimentos de vulto, lembramos por ordem horária alguns pontos de interesse.
Os amadores de música castrense podem continuar a acompanhar o “2º Festival de Bandas Militares” no Jardim do Museu Nacional de Arte Antiga onde, às 11h, actua a Banda Sinfónica da Força Aérea com um programa ainda do desconhecimento público.
Aqueles interessados na actividade do “Festival Coral de Verão” (ver atrás no dia 16) sediado em Belém no CCB têm um itinerário a percorrer para ouvir os diferentes coros nacionais e estrangeiros (o acesso é livre).
Começando às 11h pelos Jardins da Presidência em Belém (pela entrada da loja do Museu da Presidência), aí escutarão One Chamber Choir (dir. Lim Ai Hooi), Laudare Ensemble (dir. José Alves Dias), Coro de Câmara do Instituto Gregoriano de Lisboa (dir. Armando Possante), Coral de Letras da Univ.Porto (dir. José Luís Borges Coelho) e Ars Nova (dir. Katalin Kiss).
Continuando às 16h pelo Passeio Pedonal do CCB, lá ouvirão o Coro Infantil Santo Amaro de Oeiras (dir. Yara Gutkin), os Pequenos Cantores dos Jerónimos (dir. Teresa de Lancastre), os Pequenos Cantores de Ave Maria (dir. Marta Fonseca), Musaico (dir. Tiago Marques), Coro de Câmara do IGL (dir. Armando Possante) e Spatium Vocale (dir. João Branco).
Seguindo até às 18h é possível ouvir na Sala dos Geradores do Museu EDP os coros Laudare Ensemble (dir. José Alves Dias), Musaico (dir. Tiago Marques), Coro Infantil do IGL (dir. Filipa Palhares), Pequenos Cantores de Ave Maria (dir. Marta Fonseca), Coro Infantil Santo Amaro de Oeiras (dir. Yara Gutkin) e Pequenos Cantores dos Jerónimos (dir. Teresa de Lancastre).
À noite deste 17 de Junho (Domingo), às 21h30, no Claustro do Mosteiro dos Jerónimos (cujo acesso é livre mediante levantamento prévio de bilhete na bilheteira do Mosteiro) pode para concluir escutar-se o Coro Infantil do IGL (dir. Filipa Palhares), Coral de Letras da UP (dir. José Luís Borges Coelho), Ars Nova (dir. Katalin Kiss), Coro de Câmara da ESML (dir. Pedro Daniel Miguel), Spatium Vocale (dir. João Branco) e One Chamber Choir (dir. Lim Ai Hooi).
Aqueles que prefiram a música clássica, poderão às 17h do Domingo 17 de Junho aceder com entrada livre à Sala dos Espelhos do Palácio Foz para assistir a um Recital de Violoncelo e Piano onde Nelson Ferreira, violoncelo e Pedro Ferro, piano se exibirão com um programa a anunciar. O primeiro é detentor de vários prémios, o último dos quais o Prémio John Barbirolli String Quartet Competition e colaborador do Sond’ar-te Electric Ensemble; o segundo, bolseiro da Yamaha Musical Foundation of Europe, foi solista da Orquestra da ESML.
Aos entusiastas de jazz, resta às 17h o habitual Outjazz no Anfiteatro Keil do Amaral (em Monsanto) onde actuam os Muri Muri e o Dj João Gomes.
Por último, regressam as Noites d’Ócio ao Salão dos Espelhos da Casa do Alentejo e, com elas, às 21h deste Domingo 17 de Junho, a música de Joana Guerra dita “ minimal, despida, doce, crua…”. Acompanhada unicamente do violoncelo, e depois das actuações com vários colectivos de spoken word e ainda a banda Praga, da folk ao experimental passando pelo rock, vem agora, a solo, apresentar as composições que muito em breve apresentará em álbum.
Um único registo de 2011 intitulado Mar é possível ouvir aqui .
E a encerrar uma sugestão um pouco insólita, a de uma visita à Galeria Vera Cortês onde perpassa a consagração crítica do graffiti através da exposição do street artist Alexandre Farto, aliás VHILS, jovem de 25 anos que, com outros, regista “as marcas que a vida deixa nos seres humanos, iguais às que deixa nos seres humanos, iguais às que deixa na superfície das cidades, como se fossem rugas”.
Estão ali expostos os desenhos preparatórios das intervenções urbanas (como a que actualmente está em curso na Av. Calouste Gulbenkian − ver entrevista do artista aqui ), sendo até Lisboa considerada uma das capitais do graffiti.
