A MINHA IDEIA DO MUNDO E DOS POLÍTICOS DE AGORA – po Alícia Mota

Passeio pelas cidades de Faro, Coimbra, Lisboa, etc, e só vejo prédios, lojas de telefones, iPad, iPod, Tablet,… raramente contemplo os espaços verdes como dantes havia, vejo muito poucos parques infantis…

Muitos de nós reparam que o governo não anda a preocupar-se com os mais velhos e os mais novos, estão-se a destruir partes bonitas das cidades e a construir centros comerciais sabendo-se que já há muitos e prédios altos.

Vejo muitos pobres na rua a pedir esmola, sei de algumas pessoas que andam à procura de emprego e não encontram, no jornal e na televisão falam de centenas de milhares de pessoas que andam a viver nestas condições.

Até há pessoas que têm que ter empregos que não querem para poder sobreviver no meio da crise e onde até ganham muito pouco.

Há pais que temem pelo futuro dos filhos, o futuro dos netos.  O futuro de muitas crianças e dos adultos que está em perigo.

Estão a acontecer muitas manifestações mas não adiantam de nada, estão a criticar muito  o Presidente e  o governo e não conseguem adiantar nada. Todos fazem o que podem, alguns até fazem mesmo o que não podem e vão presos, mas isso é outro caso.

Se conseguisse entrar a meio de uma reunião deles, levava a minha Kuki e a minha Maravilhas e dizia:

– Estas vão ser as novas governantes de Portugal: são bondosas para toda a gente e gostam de ter campos para correr. Para destruir um prédio miavam e para mandar construir um jardim para as crianças e para os velhos ronronavam

Se o governo acha que está a fazer um bom trabalho, vá falar com uma coruja que ela logo lhe diz.

Se eu pudesse subir ao poder faria o meu melhor para deter pelo menos metade desta crise, e faria com que todos os meninos pudessem sonhar como eu que quero ser muita coisa – como escritora, pintora, cantora, arqueóloga, arquitecta…

Mas sobretudo salvar estas pessoas que estão a passar muito mal, como se vê pelas pelas Misericórdias, mas isso só pode acontecer nos sonhos e não na realidade.

Por exemplo na Síria, já viram o que está a acontecer, vêem no jornal as coisas tristes que estão por lá a acontecer, até Obama (o melhor presidente do mundo) está a tentar fazer os possíveis para pôr as coisas em condições.

O governo da Síria é mau é um governo pior que o nosso que foram educados para colocarem o caos no país, criados para matarem pessoas indefesas por não gostarem delas. Até parece que se querem desgovernar uns aos outros, matando-se.

Há noite quando estou a adormecer, penso que um dia toda a Europa se pode tornar perigosa e com todos a apontar espingardas.

Gostava que nem que fosse por um dia, houvesse só notícias boas e alegres.

Espero que um dia haja um governo e um presidente que se preocupem connosco e que melhorem as cidades e o País e arranjem empregos para as pessoas que o procuram encontrar. Há muitas pessoas que estão quase a perder a casa e a não ter nenhum dinheiro.

Às vezes penso que ainda estamos na era medieval, mas com menos ambientes naturais.

Esta é a minha ideia do nosso país que é Portugal, e muitos outros países estão igualmente a ser assim destruídos.

__________________

A mais jovem argonauta chama-se Alícia Isabela Pargana António Mota, nasceu em Coimbra, a 16 de Junho de 2002. Com dez anos, tem uma maneira muito sua de ver o mundo e gosta de registar essa visão e de a partilhar connosco. 

Concluiu no ano lectivo 2011-2012 o seu quarto ano de ensino.  Teve como professora de referência desde a primeira classe a Professora Maria João até à 3ª classe,  hoje regressada ao seu país de origem (Angola) por ali encontrar maior estabilidade. A Alícia muito se queixou, muito chorou  com a mudança, pois também ela foi vítima da instabilidade no campo do Ensino, com os professores e os alunos a ser  vítimas da política ultra-neoliberal seguida pelos últimos governos. As gatas Kuki e Maravilhas (ou até uma coruja), fariam muito melhor.