Pentacórdio para Domingo 28 de Outubro

por Rui Oliveira

 

 

   

   Neste Domingo 28 de Outubro confirma-se de novo o descanso cultural da semana com actividade francamente reduzida.

   Ressalve-se, contudo, o início no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, às 16h, do seu Ciclo Grandes Orquestras – Série I com a vinda a Lisboa da Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música (dirigida pelo maestro Emilio Pomàrico) que virá colaborar com o conhecido Quarteto Arditti (Irvine Arditti violino, Ashot Sarkissjan violino, Ralf Ehlers viola e  Lucas Fels violoncelo).

   Mais vocacionada para a interpretação de obras do século XX, a OSP vai aqui incluir, além de peças orquestrais de Stravinsky e Bartók, também uma composição que o francês Pascal Dusapin (residente artístico na Casa da Música em 2012) escreveu expressamente para o Quarteto Arditti, aliás estreante privilegiado de obras de muitos dos mais importantes autores do último século (Cage, Stockhausen, Rihm, Britten, Ligeti, Kurtág, Adès ou Xenakis, p.ex.).

   Teremos assim :

      Igor Stravinsky  Sinfonias de instrumentos de sopro

      Pascal Dusapin  Quatuor VI, “Hinterland”, para quarteto de cordas e orquestra

      Béla Bartók  Concerto para Orquestra

 

    Mostramos-lhe o registo do Quatuor VII “Open Time” de Pascal Dusapin estreado pelo Quarteto Arditti em Janeiro de 2010 na “Cité de la Musique” (Paris) :

 

   Nesse mesmo Domingo 28 de Outubro tem lugar na Sala dos Espelhos do Palácio Foz, às 17h, com entrada livre, um Concerto Sinfónico por iniciativa da Fundação Conservatório Regional de Gaia comemorativo do seu 25º aniversário onde a Filarmonia de Gaia (com Mário Mateus como director musical) acompanhada pelos solistas Telmo Marques piano, Marta Eufrásio violino e Valter Mateus violoncelo vai tocar de Franz Schubert  Sinfonia nº 7 (incompleta) e de Ludwig van Beethoven  Triplo Concerto (para piano, violino e violoncelo).

 

   No encerramento da Lisbon Week (de que falámos anteriormente) haverá no Largo Camões, às 20h, novo concerto da Orquestra Metropolitana de Lisboa (com Pedro Neves na direcção musical), a qual acompanhada por Ricardo Parreira guitarra portuguesa irá tocar de Carlos Paredes  Lisboa e o Tejo (orquestração de Tiago Derriça).

   Na ausência de registo desta peça, fazemo-vos ouvir a mestria do guitarrista em temas vários, alguns relativos ao tema de Lisboa e o seu rio :

  

 

   Por último, neste Domingo 28 parco de acontecimentos esporádicos com interesse, sugerir-lhe-íamos a ida (in)formativa ao Pavilhão do Conhecimento – Ciência Viva onde, para lá de várias outras exposições, se inaugurou uma no passado dia 18 (que permanecerá aberta até Julho de 2013) intitulada “A Ciência que muda o Mundo”.

   Apresenta-se assim : “A ciência afecta o nosso dia-a-dia e molda a nossa percepção do mundo. O motor da mudança é o desejo de questionar tudo quanto nos rodeia. Que descobertas revolucionárias fizemos sobre nós próprios, a nossa saúde, o nosso planeta e o nosso universo nos últimos cem anos?”

   Há na exposição um Lounge Ciência e quatro grandes áreas temáticas:

   1. A Vida e a Mente  – “… É a interacção entre os nossos genes, o ambiente e as nossas acções que nos molda e nos transforma naquilo que somos”.

   2. Viver melhor  – “ A esperança de vida das pessoas que nasceram no mundo ocidental duplicou em apenas um século …”

   3. O Sistema Terra – “ A Terra está em constante mutação … Nós, os seres humanos, também influenciamos os fenómenos que ocorrem na Terra”.

   4. Para além do Visível – “ Há um século, a física era considerada um campo completo da ciência. Em poucas décadas, porém, tudo mudou …”.

       

 

   O visitante é convidado, ao longo dessas áreas temáticas, a interagir activamente em qualquer dos 14 módulos expositivos seguindo as instruções que neles estão indicadas. A escolha é entre “Exercitando o cérebro”, “Sangue, genes, mini-eu”, “A nossa família”, “Ideias que fazem transpirar”, “Agir antes de pensar”, “Cheiros e emoções”, “Detectar uma mentira”, “Preste atenção!”, “Os genes em grande plano”, “Cozinha em pratos limpos”, “Antibióticos naturais”, “A vida em revista”, “Imuuuunidade”, “A hélice da hereditariedade”.

 

   A título de exemplo entremos no módulo 1 “Exercitando o cérebro”, cujo subtítulo é “Um burro velho pode aprender línguas !” e vejamos as instruções : Realize as quatro tarefas que lhe são propostas à volta da mesa. Observe o que acontece no cérebro.

   Segue-se uma interpretação científica do sucedido (aqui resumida): “ No cérebro, pode observar que algumas zonas são activadas quando realiza uma determinada tarefa. Quando continua essa tarefa, as zonas activadas ficam mais fortes e/ ou aumentam com a prática. Na vida real, estas alterações demorariam vários meses de prática e seriam ainda mais complexas.

   Uma das descobertas mais importantes do século passado, na área das neurociências, foi que o cérebro adulto também se desenvolve constantemente de acordo com as acções, as experiências e o meio ambiente. No cérebro humano existem mais de cem mil milhões de células nervosas – os neurónios. Cada um deles forma milhares de ligações com outros neurónios. Novas ligações são constantemente criadas, outras menos utilizadas desaparecem e a força das ligações existentes altera-se. A este fenómeno chama-se plasticidade cerebral…”

 

   É uma experiência que lhe aconselhamos, caro leitor, pois o resultado poderá surpreendê-lo.

 

 

(para as razões desta nova forma de Agenda ler aqui ; consultar a agenda de Sexta aqui )

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