ENFERMAGEM – por Fernando Correia da Silva

 Um Café  na Internet

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Em Salvador da Bahia, com as irmãs de caridade da Ordem de São Vicente de Paulo, Ana Justina Ferreira aprende a prestar os primeiros socorros, a dar injeções, a controlar as hemorragias, a cauterizar feridas com uma lâmina quente. Mas quando uma vicentina lhe apresenta um anti-inflamatório derivado de um pimentão amarelo, Ana diz para as atordoadas irmãs da caridade:

 – Isso eu já sabia, quem me ensinou foi vovó. Conheço um vasto jardim de plantas terapêuticas, umas para chás, outras para banhos, outras para compressas, outras para óleos, outras ainda para inalações.

– Ana, dê um exemplo.

– Dou mais do que um, dou muitos: as folhas do girassol são anti-asmáticas, a alfazema é anti-séptica e cicatrizante, a arnica é anti-inflamatória e cicatrizante, a camomila é anti-inflamatória, as queimaduras podem ser tratadas com bananas, o agrião é expectorante, a alcachofra é boa para o fígado, o tomate é um fortificante, o alecrim é muito bom contra o esgotamento físico e mental, a alface é ótima contra as irritações intestinais, as barbas de milho são excelentes contra as pedras renais e infeções na bexiga, os coentros são preciosos contra as dores nervosas. E mais, muito mais, é um jardim terapêutico que não tem fim… Chega?

– Chega, chega!

 As freiras benzem-se mas o que mais as espanta não são os conhecimentos de plantas medicinais de Ana, mas a sua capacidade de facilmenteImagem1 espicaçar com a esperança o ânimo dos pacientes desfeitos por traumas orgânicos e psicológicos. Ana será não só uma enfermeira dos corpos mas também, e fundamentalmente, das almas. Por tudo isso as freiras vicentinas dão-lhe o cognome de Grande Irmã de Caridade Leiga… Por casamento, virá a ser conhecida como Ana Néri. E pela sua capacidade profissional durante a guerra do Paraguai, ganhará o título de Matriarca de Enfermagem do Brasil.

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