Pentacórdio para Sexta-feira, 5 de Abril

por Rui Oliveira

 

 

 

 

CB   Na Sexta-feira, 5 de Abril tenderíamos, de entre a oferta limitada do dia, a dar relevo ao recital que na Sala Principal do São Luiz Teatro Municipal dará, às 21h00, a cantora Cristina Branco no lançamento do seu último álbum “Alegria” (gravado no Armazem 16) onde, nas suas palavras, homenageia alguns dos músicos inspiradores da sua carreira, Joni Mitchell, Chico Buarque, Sérgio Godinho, entre outros.

   Diz a sua promoção, após citar as palavras de Clarice Lispector “Quero alegria, a melancolia me mata aos poucos” : «Porque o fado, o malfadado fado, o por vezes mal-amado fado, também sabe falar de alegria, ou porque alegria e melancolia podem ser as faces da mesma moeda, este novo disco de Cristina Branco é uma viagem onde o coração das trevas e a glória de todos os dias são histórias da vida de gentes anónimas. Um retrato com tanto de cru como de irónico e sensível do homem e da mulher de todos os dias, do café, do fim da rua, do virar da esquina, de qualquer parte do país ou largado no mundo. São doze personagens muito reais, doze histórias dos dias de hoje, de agora, da vida como ela é. Uma narrativa cantada (e contada) sobre o como se vive, o país que temos e para onde vamos, escrita por alguns dos maiores autores portugueses contemporâneos. Cada um será um pedaço, um reflexo de cada um de nós».CB no Armazem 16

    Mostramos-lhe, para o leitor confirmar ou infirmar tal asserção, um dos seus temas emblemáticos (com alguma marca política) “O Cidadão de frente para a Cidade”, um “fado bizarro” da autoria de Manuela de Freitas/Acácio Gomes dos Santos que Cristina Branco canta acompanhada por Bernardo Couto (guitarra portuguesa), Bernardo Moreira (contrabaixo) e Carlos Manuel Proença (viola) :

   Se apreciou, tem em seguida um sample (uma amostra) de diversas canções do álbum onde, além dos músicos referidos, participa também Ricardo Dias (piano) :

   Por fim, se tiver “estômago”, ouça o poema do disco (a dizer no recital) de Gonçalo M. Tavares “O Desempregado com Filhos” dito por Cristina Branco em entrevista com Nuno Markl aqui : http://youtu.be/nArCyiaits8

 

 

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   Noutro ponto da cidade, na mesma Sexta-feira, 5 de Abril, no Pequeno Auditório do Centro Cultural de Belém, às 21h, há um espectáculo de dança “O Reverso das Palavras”, com direcção e coreografia de Tânia Carvalho.

ReversoPalavras_e1   É uma produção de “Bomba Suicida” numa interpretação de Tânia Carvalho, Luís Guerra e Marlene Monteiro Freitas, com música de Julia Wolfe (LAD, solo bagpipe e audio playback) pelo músico Jean Blanchard, com desenho de Luz de Zeca Iglésias e figurinos de Aleksandar Protic.

   Explica a criadora : «Estou convencida de que as palavras só me limitam e bloqueiam», diz Tânia Carvalho. «É óbvio que no início da criação existe uma ideia “base”, esta sim feita de palavras. Mas se vou ao encontro dessa ideia, é através daquele pensamento em imagens; e se avanço, é por meio de escolhas e de decisões que vou tomando intuitivamente. Só assim é possível dizer que a peça começa a ganhar uma forma, um sentido, uma linha de evolução.

[…] a vida desta peça está no pensamento e na alegria do movimento, no momento em que atravessa um espaço liberto de palavras. A natureza, a sequência do movimento é o “reverso, o afastamento das palavras” não aquilo que elas escondem atrás de si, mas o instante em que deixam de estar presentes, para darem lugar à expressão».

   O espectáculo é repetido no Sábado, 6 de Abril, à mesma hora.

 

 

 

   Também na Sexta-feira, 5 de Abril há na Sala dos Espelhos do Palácio Foz, às 18h30, um Recital de Violino e Piano de entrada livre, por iniciativa da Embaixada da República da Albânia, onde os músicos Iris Myrtollari, violino e Kosti Deti, piano irão interpretar obras de Pjetër Gaci, Tonin Harapi, Çesk Zadej, Limoz Dizdari, Pjetër Gaci, Hendel, Korchmariev, Bocherini, Korsakov e Pablo de Sarasate.

 

 

 

pré-concerto   Ainda na música “clássica”, lembramos que, antecedendo o 2º concerto que a Orquestra Gulbenkian dirigida por David Zinman dará no Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian às 19h na prossecução da “Integral das Sinfonias de Brahms III” com a colaboração da violinista Arabella Steinbacher (como informámos ontem), há na Sede da FCG às 18h um Pré-concerto de entrada livre (sujeita à disponibilidade de lugares) onde o seu organizador Pedro Moreira analisará uma das obras do concerto seguinte – a Sinfonia n.º 4 em Mi menor,  op. 98 de Johannes Brahms −, “com recurso a exemplos musicais ao piano ou em pequenos grupos, constituídos por jovens músicos, evitando termos demasiado técnicos,por forma a preparar uma audição informada para o concerto que se lhes segue”.

 

 

Antonio%20_Esteireiro   Ainda na Sexta-feira, 5 de Abril, às 21h30, a Studenten Orchester de Dortmund (Alemanha) sob a direcção do maestro Holger Hellwanger repete na Sé Patriarcal de Lisboa o mesmo concerto de entrada livre que anunciámos ontem para o Mosteiro dos Jerónimos, acompanhada também por António Esteireiro (órgão)(na foto), interpretando de novo a Sinfonia nº 3 em Dó menor, op. 78, com Órgão de Camille Saint-Saëns e o Concerto para Órgão em Sol menor de Francis Poulenc.

   Para o leitor pressentir o ambiente, reproduzimos-lhe a interpretação do 1º andamento Maestoso allegro daquela Sinfonia nº3 com Órgão de Saint-Saëns pela Orquestra Sinfónica Joseph-Francois Perrault sob a direcção de M. Richard Charron com M. Yvon Bélanger no órgão da Igreja Saint-Sixte em Montréal (Canadá) :

 

   Se quiser ouvir integralmente o Concerto para Órgão em Sol menor de Francis Poulenc tocado pela Camera Musicorum Bredana dirigida por Paul de Meyer com Jelena Bazova no órgão em Abril de 2011, clique aqui : http://youtu.be/pBbW6ZV97BE

 

 

 

   Mudando para música diferente, o interessado encontrará os Rat Swinger a tocar no Onda Jazz, às 22h30 desta Sexta-feira, 5 de Abril.

   Constituídos por Ian Mucznik voz, guitarra, João Leitão guitarra e João SanPayo baixo e  inspirados pelo génio criativo de Django Reinhardt, pai do “swing manouche” – diz o Onda Jazz, «os Rat Swinger … (tem) desenvolvido um repertório baseado numa selecção de canções dos anos 20/30 … (r)einventando as vocalizações da época e combinando-as com um suporte instrumental fortemente influenciado pelo «gypsy jazz», …  interpretam clássicos do início do século passado em formato acústico, remetendo-nos para os ambientes musicais dessa era».

   Uma sua actuação de 2011 no Chapitô pode ouvir-se aqui : http://youtu.be/10asNvq_Thg

 

 

 

espaço brasil   Por último, prosseguem os shows do Espaço Brasil (na LX Factory) e nesta semana “Panorama MPB” irão estar nesta Sexta 4 de Abril e também no Sábado 5 de Abril em palco, às 22h30, dois músicos brasileiros conhecidos, Ivan Lins e Flávio Venturini.

   O projecto da sua actuação conjunta terá começado a partir de um convite de Flávio para que Ivan participasse no seu novo disco, tendo a ideia criado corpo em meio às gravações, donde ficar combinado que nenhum dos dois sairia do palco e que um cantaria canções do outro durante o show.17309_356975424406353_1701655581_n

   Será escusado lembrar a carreira de Ivan Lins cuja trajectória começa com o disco “Agora” de 1970 e, desde então, são já mais de 40 álbuns visitando os mais diferentes estilos musicais. Diz o Espaço Brasil que “o seu engajamento político levou-o a fazer obras como “Daquilo que eu sei” e “O amor é o meu país” mas (que) a veia romântica também sempre esteve presente (e lembra temas) como em “Vieste”, “Iluminado” e “Bilhete”.  E o seu último disco, “Amorágio” só reforça sua capacidade de emocionar através de melodias, ritmos e letras.

   Quanto a Flávio Venturini, fez parte do preciosíssimo “Clube da Esquina” na sua Minas natal, que lançou ao mundo talentos como Lô Borges, Beto Guedes e o universal Milton Nascimento. Integrou os grupos “O Terço” e “14 Bis”, mas foi com seu trabalho a solo que colocou toda a sua veia criativa em prática. Dono de sucessos inesquecíveis como “Espanhola”, em parceria com Sá e Guarabira, “Besame”, “Noites com sol” e o hino “Nascente”, Flavio (diz o Espaço Brasil) “prima pelas suas melodias absolutamente inspiradas e pelos seus arranjos com influências do rock progressivo bem como da música tradicional brasileira. O seu falsete característico é outra de suas marcas registradas”.

   Este é um registo (de qualidade deficiente) do início da colaboração entre ambos, registado no Teatro Rival no Rio de Janeiro, no lançamento do “Amorágio” de Ivan Lins, em Janeiro de 2013 :

 

 

max viana e sílvia machete

   Numa NOTÍCIA EM ATRASO assinalamos que no Espaço Brasil (na LX Factory) o início da semana “Panorama MPB”  traz  na Quinta 4 de Abril (logo AMANHÃ) ao palco, às 22h, num primeiro concerto o cantor, instrumentista e compositor brasileiro Max Viana que ali  apresenta o showUm quadro de nós dois”, “resultado do seu terceiro CD, com canções que giram em torno de um único tema, o amor” (diz o Espaço Brasil). “Para os amantes do espanhol, há uma faixa muito especial, “Vidas paralelas”, parceria com o compositor uruguaio Rodrigo Vicente”.

   Em seguida, num segundo concerto, a cantora  Silvia Machete, cujo espectáculo se denomina “Extravaganza” ( premiado com um troféu da APCA – Associação dos Críticos Paulistas de Artes – como “melhor show do ano”) “mostra surpresas” (diz o Espaço Brasil) como “a primeira parceria de Sílvia Machete com Erasmo Carlos “Feminino Frágil”, (sendo que) o momento que melhor traduz a sua proposta de unir música e performance acontece na interpretação de “O Baixo” de Silvia Machete”.

 

cineclube LOKI de Arnaldo Batista

   Acrescenta-se que no Cineclube do Espaço Brasil se exibe no Sábado, 5 de Abril, às 21h com entrada livre, o filme produzido por Paulo Henrique Fontenelle intitulado “Lóki”, a cinebiografia de Arnaldo Baptista, criador e líder de “Os Mutantes”, com Tom Zé, Nelson Motta, Gilberto Gil e Sean Lennon.

   Será este o seu filme-anúncio :

http://mais.uol.com.br/view/117963

 

 

 

(para as razões desta nova forma de Agenda ler aqui ; consultar a agenda de Quarta aqui)

 

 

 

 

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