UMA NOVA PEDAGOGIA – por António Mão de Ferro

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Os conceitos sobre pedagogia têm evoluído pouco, assistindo-se com frequência à apresentação das mesmas ideias, ao desfilar das mesmas questões, ao argumentar da mesma maneira, à conclusão das mesmas conclusões.

Com alguma frequência referem-se duas perspetivas pedagógicas que se contrapõem.

Uma defende que é preciso ensinar, instruir, formar. Outra propõe que o indivíduo traz em si os meios de assegurar o seu próprio desenvolvimento intelectual e moral e, nesse caso, a ação do exterior só serve para o deformar ou entravar.

No primeiro caso o saber é organizado e a educação consiste numa espécie de enxerto de produção externa. Quem sabe ensina aquele que ignora. O docente exerce uma ação que visa a transmissão do conhecimento constituído, dividindo-o em elementos que serão os instrumentos que se destinam a formá-lo. São utilizadas situações para exercer sobre o que aprende algo cujo objetivo é a sua formação ou transformação. Isto quer dizer que previamente alguém assimila aquilo que vai ensinar. Nesse caso é o conteúdo que determina essencialmente a ação que se vai exercer.

Para a outra perspetiva o que aprende é o artesão da sua própria construção. Este age e transforma-se através da sua própria ação. Embora esta incida sobre objetos que servem para a educação, o uso que deles se faz não é o mesmo. Quem determina a ação é o que aprende e o conteúdo é utilizado de acordo com as suas próprias iniciativas.

Contudo nestas duas perspetivas, o papel do docente assume a sua presença e voluntária ou involuntariamente exerce a sua ação.

Em boa verdade não vou neste escrito tomar partido por nenhuma das perspetivas, pois a pedagogia é importante demais para que seja compartimentada. Neste momento, quer se queira quer não, terá mesmo de se começar a repensá-la. O elearning dispensa a presença de quem ensina e o seu papel vai reduzir-se cada vez mais aos bastidores. Independentemente da perspetiva , tem que ser dado cada vez mais ênfase ao que cada um quer aprender e ao modo como se concebe, se organiza e se desenvolve a animação nas plataformas de elearning.

Assim, agora também é importante ter em conta as competências de outros agentes, como os técnicos de informática, os designers, os guionistas , os produtores de filmes e slides, entre outros.

É preciso evitar que os que aprendem constatem desacertos e confusão. Se isso acontecer vão reagir com amargura, revolta ou passividade especialmente quando verificarem que o que lhes é disponibilizado, não contempla aquilo que procuram.

http://www.nova-etapa.pt

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