SER POETA – 4 – por Álvaro José Ferreira

Nota prévia:

Para ouvir os poemas (os cantados e os recitados), há que aceder à página

 http://nossaradio.blogspot.pt/2013/07/ser-poeta.html e clicar nos respectivos “play áudio/vídeo”.

Poeta

Poema de Antero de Quental

Recitado por Afonso Dias* (in CD “Cantando Espalharey”, vol. I, Edere, 2001)

Quereis saber que é ser-se poeta?

Pois bem. Aqui vos deixo em breves traços:

É vaguear em sonhos p’los espaços,

Sem que o nosso ideal encontre a meta!

Querer ter a magia dum profeta,

Ter forças p’ra vencer nossos fracassos,

À ilusão e à vida dar os braços

Quando o Cupido atira a sua seta.

É descer aos mistérios das ravinas,

Desvendar horizontes nas colinas

E em tudo achar motivos de beleza!

Ser simples como as ervas pelo chão

E agradecer a Deus este condão,

Que é sentir dentro em nós a Natureza!

* Pesquisa e produção – Afonso Dias e André Dias

Gravado no Estúdio InforArte, Chinicato – Lagos

Técnicos de som – Fernando Guerreiro e Joaquim Guerreiro

Perdidamente

Poema: Florbela Espanca (soneto “Ser Poeta”, in “Charneca em Flor”, Coimbra: Livraria Gonçalves, 1931; “Poesia Completa”, Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2000 – pág. 319)

Música: João Gil

Arranjo: Artur Costa

Intérprete: Trovante* (in LP “Terra Firme”, EMI-VC, 1987, reed. EMI-VC, 1988, EMI, 2009; 2CD “Saudades do Futuro: o Melhor dos Trovante”, EMI-VC, 1991)

Ser poeta é ser mais alto, é ser maior

Do que os homens! Morder como quem beija!

É ser mendigo e dar como quem seja

Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor

E não saber sequer que se deseja!

É ter cá dentro um astro que flameja,

É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!

Por elmo, as manhas de oiro e de cetim…

É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente…

É seres alma, e sangue, e vida em mim

E dizê-lo cantando a toda a gente!

* Trovante:

Artur Costa – saxofone

Fernando Júdice – baixo

João Gil – guitarras e coros

José Martins – sintetizador

José Salgueiro – bateria, percussão e coros

Luís Represas – voz

Manuel Faria – piano e sintetizador

Produção – Manuel Faria e Artur Costa

Gravado nos Estúdios Valentim de Carvalho, Paço d’Arcos, em Agosto, Setembro e Outubro de 1987

Engenheiro de som – Paulo Neves

Misturas – Paulo Neves, Manuel Faria e Artur Costa

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