Ouço o silêncio dos olhos que se fecham na falta de esperança
Amo o silêncio das cores vivas e do sonho que nos tece a alma entre a vida e a morte
Dói-me o silêncio negro dos gritos proibidos e sinto o dourado silêncio dos gestos da noite que nos abrem os olhos
Amargo o silêncio das horas sem brilho e vivo o silêncio do mar que risca na areia a força vencida
Assumo o silêncio sagrado da liberdade e da vida e o silêncio de um céu de fogo que nos abre a cova na terra fria
Ilustração: Reprodução de um quadro de Adão Cruz