PARA ONDE VAI A EDUCAÇÃO? – por António Mão de Ferro

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A diminuição do número de alunos e os cortes nos valores disponibilizados pelo estado, estão a fazer com que os sistemas de ensino passem por constrangimentos, que obrigam a fazer alterações nos modos de perspetivar a educação. Precisam-se por isso de ideias audaciosas. Porém não andaremos muito longe da verdade se dissermos que os que têm que decidir afirmam que é desejável desenvolver uma mentalidade crítica, duvidar das ideias feitas, escutar ativamente e ser capaz de resolver problemas quando eles surgem.
Todavia quando comparamos o que é dito, com o que é feito, verificamos que não se conseguem dar provas do que se defende, quando se reflete sobre os sistemas de formação e educação. Nalguns casos, verifica-se mesmo que alguns docentes nem sequer têm paciência para se ouvirem uns aos outros.
Mas embora seja difícil ouvirem-se e terem dificuldade em chegar a acordo sobre as metodologias que uns e outros perfilham, as organizações de que fazem parte, fecham-se muitas vezes no poder do seu conhecimento e ao fazê-lo reforçam uma atitude imobilista.
Os que têm que refletir sobre o ensino, sejam organismos estatais, associações, sindicatos ou outros grupos, devem ganhar consciência dos seus deveres e do risco que correm de se auto devorarem se não forem capazes de ter uma prática que se coadune com as teorias que defendem.
As respostas e propostas que se fazem, esquecem muitas vezes, as experiências passadas e acabam por cometer os mesmos erros. Estamos a atravessar uma fase onde se minimiza o conhecimento adquirido e se ignora a situação atual em detrimento das projeções do futuro. Talvez por isso se assista a uma sucessão de insucessos.
Fazem-se projeções e não se enfrentam os problemas de frente. Não é por falta de coisas escritas. Produzem-se escritos incalculáveis que muito poucos leem e publicam-se grandes relatórios provavelmente para chinês, paquistanês ou checheno ver pois por cá ninguém liga.
Por muito que se escreva ou diga, é importante que se perceba que não é possível os sistemas de ensino terem sucesso, se defenderem ideias e os seus agentes não conviverem bem com elas.

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