S.O.S. CONSTITUIÇÃAO – O VETOR PSICOLÓGICO NO DEBATE CONSTITUCIONAL – por Paulo Ferreira da Cunha

No debate de leigos sobre a Constituição (quantos dos que dissertam de cátedra agora fizeram sequer um examezinho de Direito Constitucional?) há também um fator psicológico a considerar: é mais chique dizer que a Constituição não presta. Que é coisa vermelha, da ralé, de “comunas”.

Complacentemente, pode dizer-se, no limite da magnanimidade, que é “datada” (como se tudo na vida o não fosse, embora haja coisas momentâneas, e outras de mais longo prazo).

Insiste-se, como se fosse coisa mais que óbvia, que estaria ultrapassada. E deplora-se tacitamente ao menos a ingenuidade ou incompetência dos políticos em ainda a não ter aposentado de vez.

Cada opinador tem no bolso a ciência toda e a fórmula do progresso, mas nenhum até hoje nos salvou de nada. Nenhum articulista do pelotão de fuzilamento da Constituição, mais ou menos subtil e inteligente, valeu aos tais  900 000 desempregados.

E estou em crer que a Constituição sim. Tem valido. Pouco, mas tem valido, e a prova é o ódio que a alguns suscita. Ninguém bate num cão morto.  E a Constituição acaba de valer, ao menos adiando um pouco mais a má sorte dos martirizados bodes expiatórios, os funcionários públicos.

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