Como é que voa
a flecha mágica
do tempo, puro abismo?
Como é que – absurda –
a velha que espreitava
rói a moça
que nela se transforma?
O espelho é o baque
o susto
visão do fim
que chega
túnel que suga
engole
e tudo apaga.
Ilustração: Reprodução de um quadro de Dorindo Carvalho
Quebra o espelho, e não olha mais pra ele.