A ANÁLISE AMERICANA DA ECONOMIA A NÍVEL MUNDIAL (EXCERTOS) (1) – UMA SÍNTESE por JÚLIO MARQUES MOTA

A Análise Americana da Economia a nível mundial ( Excertos) [1]

PARTE IV

(continuação)

O excedente na balança corrente da China diminuiu de um pico de 10,1% do PIB em 2007, para 1,9% do PIB em 2011 e de 2,5 por cento no primeiro semestre de 2013. A apreciação da taxa de câmbio efectiva real da China tem sido um factor importante na redução do excedente da balança corrente. Ao mesmo tempo, factores cíclicos, como a fraqueza da procura interna nas economias avançadas e as mudanças em termos de comércio também têm desempenhado um papel explicativo nessa redução. Como se discutirá mais tarde no relatório, o RMB permanece significativamente subvalorizado.

Alcançar um crescimento global forte, sustentável e equilibrado requer que se verifiquem mais ajustamentos através das diferentes partes da economia mundial. De forma mais imediata, onde a procura é fraca ou os excedentes externos excessivamente grandes, será então necessário aplicar políticas macroeconómicas para  promover níveis mais fortes da sustentação da procura.

Isto é especialmente verdade, dada a necessidade dos países deficitários estarem continuamente a aumentar os respectivos níveis de poupança nacional. Na ausência de uma procura interna mais forte nas maiores economias excedentárias, o crescimento global sofreu com essa ausência e continuará a ressentir-se se o ajustamento global continuar a ocorrer principalmente através do enfraquecimento da procura dos países em situação de défice. Isto deve ir a par e em paralelo com um forte acompanhamento monitorizado dos compromissos assumidos nas reuniões do G-20 para uma mais rápida deslocação das taxas de câmbio para valores determinados pelas condições dos mercados onde tais regimes de taxa de câmbio ainda não existam.

A acumulação global de reservas em moeda estrangeira desacelerou nos primeiros nove meses de 2013, com a China a ser a responsável pela maior parte do aumento  havido, conforme se mostra  na tabela abaixo. As reservas em moeda estrangeira da China cresceram a uma variação média mensal de US $39 mil milhões nos primeiros nove meses de 2013, havendo mesmo um dia em que o aumento foi de US $130 milhões. As reservas da Arábia Saudita também subiram nos nove primeiros meses de 2013 a um ritmo médio mensal de US $6,4 mil milhões, acima do seu valor médio de Fevereiro de 2009 a Dezembro de 2012. O Japão, Suíça, Taiwan, Coreia e Singapura também acumularam reservas, mas o ritmo de acumulação foi comparativamente apagado.

análise americana - IV

análise americana - V

Nos últimos anos, o FMI tem desenvolvido uma adequada métrica sobre as reservas, conforme se  mostra  na tabela abaixo. Actualmente mostra-se que, a partir do final de 2012, a China, Indonésia, Índia, Rússia, Brasil e Tailândia tinham níveis de reservas superiores ao máximo do intervalo que se considera adequado. As reservas  da China, que agora totalizam US $3,7 milhões de milhões, ultrapassaram o ponto médio da métrica de adequação das reserva do FMI em quase 30 por cento. A acumulação de reservas em excesso é um obstáculo para o bom funcionamento do sistema monetário internacional. Em termos de taxa de câmbio real efectiva, o renminbi foi a moeda que mais se valorizou nos nove primeiros meses de 2013 entre as moedas abrangidas por este relatório, seguido pelo dólar e pelo euro. O iene e o real brasileiro têm-se estado a enfraquecer durante este período.

análise americana - VI(continua) 

______

[1] Excertos de:  Report to Congress on International Economic and Exchange Rate Policies; U.S. Department of the Treasury, Office of International Affairs, October 30, 2013

______

Para ler a Parte III desta síntese de Júlio Marques Mota, publicada ontem em A Viagem dos Argonautas vá a:

http://aviagemdosargonautas.net/2013/12/19/a-analise-americana-da-economia-a-nivel-mundial-excertos-1-uma-sintese-por-julio-marques-mota-3/

1 Comment

Leave a Reply