“Olhem para mim” é o que todas as crianças querem sentir quando nascem e crescem.
Durante muitos anos ninguém “olhava” para as crianças, porque haviam de “olhar”? Eram consideradas seres que nasciam para ajudar os pais a perpetuarem os seus modos de vida e, por isso, quando atingiam os 6, 7 anos de idade começavam a trabalhar, tal como os seus pais. Eram homens em miniatura que trabalhavam nos campos, nas fábricas, nas minas. Ninguém “olhava” para elas. Eram mão de obra barata e silenciosa.
“Olhem para mim”, são tantos os sinais que as crianças dão e que os adultos não reconhecem como uma chamada de atenção para a sua identidade.
Batem-nos nas costas e dizem “estou aqui” e a resposta é “já sei”. Dói-lhes a barriga sem razão em termos de saúde, mas com razão afectiva, “lá estás tu outra vez…”, dizem-lhe.